Portugal com segundo maior aumento de novas empresas na UE no segundo trimestre
Entre abril e junho, o número de novas empresas em Portugal cresceu mais de 7%, contrariamente à média da União Europeia, que registou uma diminuição de 1,2% dos novos negócios.
Os registos de novos negócios na União Europeia (UE) têm vindo a diminuir desde o início do ano, enquanto as declarações de falência aumentaram pelo quarto trimestre consecutivo. De acordo com os dados publicados esta quarta-feira pelo Eurostat, o período entre abril e junho viu o número de novas empresas reduzir 1,2% e o número de empresas a declarar bancarrota crescer 2,2% face aos primeiros três meses do ano. No entanto, Portugal está em contraciclo com o conjunto dos 27, tendo sido o segundo país com mais empresas a nascer.
A tendência ascendente das declarações de bancarrota teve início no terceiro trimestre do ano passado, após uma queda de 11% nos três meses anteriores, em comparação com o período entre janeiro e março de 2021. No entanto, os níveis de insolvências durante os dois primeiros trimestres deste ano e todo o ano 2021 “estão consideravelmente abaixo” dos níveis do período pré-pandémico de 2015-2019, aponta o gabinete estatístico europeu.
Já os registos de novas empresas, apesar de terem baixado ligeiramente tanto no primeiro como no segundo trimestre deste ano em relação aos trimestres anteriores, mantêm-se a níveis mais elevados (e também durante todo o ano 2021) do que durante o período pré-pandémico entre 2015 e 2019.
Analisando a evolução dos indicadores por Estado-membro, entre os países para os quais há dados disponíveis, os maiores saltos em cadeia nos registos de novas empresas observaram-se na Roménia (+20,9%), Portugal (+7,7%) e Eslováquia (+6,7%). Lituânia (-8,8%), Dinamarca (-5,9%) e Itália (-5,2%) contabilizaram as maiores diminuições quanto ao número de novos negócios.
Nas declarações de bancarrota, Letónia (+74,4%), Bélgica (+14,7%) e Dinamarca (+11,9%) destacam-se como os países com maiores aumentos em cadeia, enquanto na Eslováquia (-18,3%), Estónia (-18,1%) e Hungria (-11,7%) se verificaram os maiores recuos. Em Portugal, houve um crescimento de 7,7% (ou seja, acima da média da UE) das empresas que fecharam portas entre abril e junho face aos primeiros três meses do ano, depois de nesse período ter registado uma diminuição das insolvências de 17,4%.
Por setores de atividade, há a notar que o número de registos de novos negócios cresceu consideravelmente na informação e comunicação durante os dois primeiros trimestres de 2022 face ao período pré-Covid-19, tendo-se registado significativamente menos empresas nos serviços de alojamento e alimentação. “Comparando o segundo trimestre de 2022 com o primeiro trimestre de 2022, verificaram-se pequenos aumentos nos registos de empresas, principalmente, nos setores da informação e comunicação, indústria e transportes. Por outro lado, verificaram-se pequenas diminuições sobretudo na construção e no comércio”, indica o Eurostat.
Quanto às declarações de falência, apenas os setores da construção (-12%) e da informação e comunicação (-4%) registaram diminuições entre abril e junho comparativamente com os primeiros três meses de 2022. Pelo contrário, foi notório, no mesmo período, um aumento de insolvências sobretudo nas áreas de transporte e armazenamento (+16%) e da educação, saúde e atividades sociais (+12%).
O gabinete de estatísticas adianta ainda que, “em comparação com os períodos anteriores à pandemia (isto é, antes de 2020), o número de declarações de falências no segundo trimestre de 2022 foi inferior na maioria dos setores da economia, com duas exceções principais: transporte e armazenamento e alojamento e serviços alimentares (onde as falências foram mais elevadas em 2022 do que antes da pandemia)”. Por sua vez, indústria, construção, informação e comunicação e comércio registaram as maiores quedas no número de falências no segundo trimestre de 2022 face ao período anterior à pandemia (antes de 2020).
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