Quota de mercado da TAP cai para 28% no segundo trimestre
A TAP continua a liderar o transporte de passageiros em Portugal, mas a distância para as "low-cost" encurtou entre abril e junho. Movimento nos aeroportos do Porto e ilhas já está acima de 2019.
Num trimestre marcado pela forte recuperação do tráfego aéreo com o levantamento das restrições da pandemia, a TAP viu a sua quota em Portugal baixar para 28,3%. Os meses de abril a junho permitiram, ainda assim, recuperar peso em Lisboa, com a companhia a transportar 47% dos passageiros. Os dados da Autoridade Nacional da Aviação Civil (ANAC) mostram também que o Porto e vários aeroportos nas regiões autónomas estão já acima dos níveis registados em 2019.
O segundo trimestre registou 119 mil movimentos nos aeroportos nacionais, através dos quais foram transportados 14,49 milhões de passageiros, um aumento de 329% face ao mesmo período do ano passado e de 98,4% em relação aos primeiros três meses do ano.
Este aumento não beneficiou todas as companhias por igual. Ainda que tenha aumentado substancialmente o número clientes, a TAP viu o seu peso no mercado diminuir. Segundo cálculos do ECO realizados a partir dos dados disponibilizados no boletim estatístico do regulador, a companhia registou uma quota de 28,3% entre abril e junho, inferior aos 30,1% do primeiro trimestre e aos 33,7% do mesmo período de 2019.
A transportadora portuguesa conseguiu, no entanto, reforçar o peso no seu hub, o aeroporto de Lisboa, aumentando a quota para 47%, contra 45% nos primeiros três meses do ano. Em 2019, era de 51%.
A TAP conseguiu aumentar a importância relativa em quase todos os aeroportos, à exceção de Faro, onde baixou para apenas 3%, aparecendo no último lugar da lista das dez maiores companhias. A infraestrutura do Algarve foi, de longe, a que mais cresceu no segundo trimestre, com o número de passageiros a aumentar 255% para 2,7 milhões.
EasyJet ganha peso
A distância da TAP para as low-cost ficou assim mais curta, apesar de também a Ryanair ter visto a sua quota baixar dos 23,2% para os 21,9%. A companhia liderada por Michael O’Leary perdeu peso em Lisboa (12%), mas manteve a liderança destacada no Porto e em Faro ao transportar 35% dos passageiros. O trimestre fica também marcado pelo regresso ao Funchal, com uma quota de 17%.
A ganhar mercado está a easyJet, que viu a quota subir para 13,3% graças ao crescimento em Lisboa, onde transportou 9% dos passageiros. Um peso que irá aumentar depois de ter ganho o concurso para ficar com os 18 slots no Humberto Delgado que a TAP foi obrigada a ceder no âmbito do plano de reestruturação. No final de julho a empresa anunciou que, a partir de outubro, irá operar 13 novas rotas para oito destinos.
Além da easyJet, também empresas como a Lufhtansa, Vueling e Jet2.com viram a sua quota de mercado aumentar. O boletim trimestral evidencia, de resto, uma perda de peso das quatro maiores companhias (onde além da TAP, da Ryanair e da easyJet está a Transavia), que no segundo trimestre representaram 57,8% do mercado, menos do que os 61,4% registados entre janeiro e março.
Porto e ilhas acima de 2019
Os dados do segundo trimestre colocam o tráfego em Portugal a um nível muito próximo do registado no último ano antes da pandemia, com 96% do número de movimentos e de passageiros registados em igual período de 2019. “Junho já representou 97% do mês homólogo de 2019”, destaca a ANAC.
O aeroporto de Lisboa atingiu 91% dos valores registados entre abril e junho de 2019, assim como Faro. Mas há infraestruturas que estão já acima do último ano antes da Covid-19. É o caso do Sá Carneiro, por onde passaram mais 25 mil passageiros do que em 2019.
O cenário repete-se nas regiões autónomas, em quase todas as infraestruturas. Na Madeira, quer o Funchal quer o Porto Santo já bateram 2019. No arquipélago dos Açores, Terceira, Pico, Santa Maria e Graciosa também já apresentam indicadores de tráfego superiores.
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