Discurso de Powell empurra Bitcoin para menos de 20 mil dólares
Criptomoeda repete quedas da véspera, baixando até aos 19.920 dólares, onde não estava desde julho. Desvalorização desde o máximo do ano aproxima-se dos 60%.
As empresas cotadas na bolsa de Nova Iorque não foram as únicas castigadas pelo discurso do presidente da Reserva Federal em Jackson Hole. A determinação de Jerome Powell em baixar a elevada inflação nos EUA levou também à queda da mais popular criptomoeda.
A Bitcoin esteve hoje a negociar nos 19.920 dólares na Europa, segundo a Reuters, com uma queda de 1,63%. Desde 12 de julho que não baixava da fasquia dos 20 mil dólares. A criptomoeda desvaloriza 58,7% desde a cotação mais alta do ano, de 48.234 dólares, registada em março.
Os restantes criptoativos também desvalorizam, com a Ether a cair 2,94% para os 1.464 dólares, a Litecoin a ceder 0,74% para 52,36 dólares e a Dogecoin 1,14%, para 0,0628 dólares, de acordo com os dados disponibilizados pelo Google Finance.
Jerome Powell afirmou, na sexta-feira, que a economia dos EUA precisará de aperto monetário “durante algum tempo” para fazer regressar a taxa de inflação para o objetivo de 2%. O necessário abrandamento económico irá causar “alguma dor às famílias e empresas”.
“A redução da inflação provavelmente exigirá um período sustentado de crescimento abaixo da tendência. Além disso, muito provavelmente haverá algum abrandamento das condições do mercado de trabalho”, afirmou o presidente da Reserva Federal. “Estes são os custos infelizes de reduzir a inflação. Mas uma falha em restaurar a estabilidade de preços significaria uma dor muito maior“, acrescentou.
A determinação de Powell levou a uma forte queda das ações no mercado norte-americano, com o Nasdaq a recuar quase 4% com as fabricantes de chips sob pressão. O S&P 500 e o industrial Dow Jones recuaram 3,37% e 3,03%, respetivamente. A Bitcoin juntou-se às quedas, chegando a perder mais de 4%.
“O discurso do presidente Jerome Powell em Jackson Hole foi um sinal claro de que a Reserva Federal não está prestes a mudar o curso da política monetária”, escreveu Oren Klachkin, economista da Oxford Economics, numa nota a que o ECO teve acesso. “Reduzir a inflação é a prioridade, mesmo que ocorra uma desaceleração económica”, acrescenta.
A Oxford Economics antecipa um novo aumento de 75 pontos base na taxa diretora em setembro.
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