Sindicato acusa Portway de ameaçar com despedimentos em reação à greve

Empresa enviou email aos colaboradores onde diz que sustentabilidade financeira da empresa de "handling" não está garantida e "vários cenários possíveis se encontram em avaliação".

Num comunicado interno onde reage à greve convocada pelo Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Aviação Civil (SINTAC) para o último fim de semana, a Portway afirma que a paralisação teve “um forte efeito reputacional e comercial” e que a sustentabilidade da empresa não está garantida, estando vários cenários em avaliação. O sindicato considera o email uma “ameaça”.

“A greve convocada por um dos sindicatos com representação na empresa, o SINTAC, nos passados dias 26, 27 e 28 de agosto, teve um forte efeito reputacional e comercial na Portway, e os impactos financeiros terão ainda que ser avaliados”, começa o comunicado obtido pelo ECO. Segundo o balanço da empresa, que faz parte do grupo ANA, detida pela Vinci Airports, foram cancelados 196 voos nos três dias de paralisação.

“A Portway é uma empresa privada, cuja única fonte de receita são os contratos com os seus clientes, pelo que as consequências para o seu futuro serão em função da capacidade da empresa se manter sustentável financeiramente e competitiva face à concorrência, situação que não está neste momento garantida, sendo que os vários cenários possíveis se encontram em avaliação“, continua a missiva assinada pela administradora-delegada, Helena França.

Palavras que, para o SINTAC, representam uma “ameaça ao sindicato e aos trabalhadores que fizeram greve”. “No documento, a empresa faz uma ameaça velada ao SINTAC, revelando a sua clara agenda escondida – que já se constava há bastante tempo – que passa por despedimentos, mais uma vez encapotados, situação que já não é virgem nesta empresa”, afirma a estrutura sindical num comunicado divulgado esta tarde.

“É notório que a Portway está a tentar aproveitar-se desta situação, levando-nos a questionar quem de facto desejou esta greve”, diz ainda o SINTAC.

“Gostaria de agradecer a todos os que garantiram que a operação durante o fim de semana acontecesse em segurança e com a menor perturbação para os aeroportos e passageiros, apesar do elevado número de cancelamento de voos verificado”, diz também o email enviado aos colaboradores.

O SINTAC mantém que a empresa “não tem cumprido com a legislação e regulamentação aplicáveis, uma vez que os feriados continuam a não ser pagos a 100%” e critica a ausência de progressões salariais, que são atribuídas apenas às chefias e a um número reduzido de trabalhadores.

A Portway contrapõe que “cumpre com toda a legislação e regulamentação aplicáveis, incluindo os Acordos de Empresa em vigor e os direitos laborais dos seus trabalhadores, que fez atualizações remuneratórias no valor de 11%, desde o exercício de 2019 até à presente data, e que paga “os feriados com um acréscimo de 150% face ao valor/hora”.

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