Nord Stream, afinal, continua fechado. Gazprom culpa fugas de óleo

Os trabalhos de manutenção revelaram a existência de fugas de óleo no gasoduto, que estava previsto reabrir este sábado. Fornecimento de gás russo à Europa deve manter-se suspenso.

A Gazprom terá detetado fugas de óleo durante os trabalhos de manutenção no Nord Stream 1, argumentando que a falta de condições técnicas na estação de compressão de Portovaia, na cidade de Viburgo, na Rússia, iria obrigar a uma interrupção completa no fornecimento de gás. O principal gasoduto que liga a Rússia à Europa encontra-se suspenso desde o dia 31 de agosto por motivos de manutenção e devia reabrir amanhã, dia 3 de setembro.

Na rede social Telegram, a empresa estatal russa revela esta sexta-feira que “durante os trabalhos de manutenção da unidade compressora de gás Trent 60 (GPA nº 24) da estação compressora de Portovaya, realizado em conjunto com os representantes da Siemens, foram detetadas fugas de óleo”, anunciando, por isso, ser “necessário tomar as medidas apropriadas” e interromper por completo o fornecimento de gás através do Nord Stream.

“Até que os alertas sobre a manutenção do equipamento fiquem resolvidos, o transporte de gás através do gasoduto Nord Stream será completamente interrompido“, lê-se no comunicado da Gazprom. A empresa não indica qualquer previsão sobre quando o problema estará resolvido e quando o transporte de gás será retomado.

Este comunicado vem assim por em causa o anúncio divulgado durante a manhã desta sexta e que dava conta de que a Rússia iria retomar no sábado o fornecimento de gás à Europa através do Nord Stream. Os trabalhos começaram na passada quarta-feira e o grupo russo Grazprom justificou a suspensão nas entregas de gás com a necessidade de manutenção numa estação de compressão da conduta, situada na Rússia.

Esta é a segunda vez no ano que o envio de gás através do Nord Stream para o bloco europeu são suspensos por motivos de manutenção, isto depois de vários países terem sentido sucessivas reduções no volume de gás enviado de Moscovo, desde o início da guerra. Itália e França foram as vítimas mais recentes deste corte no gás.

A Siemens, antiga responsável pela manutenção do gasoduto, já veio indicar que este tipo de fugas não costumam ser uma “razão técnica” para desligar uma turbina e podem ser vedadas numa operação de rotina. Ao mesmo tempo, a empresa alemã acredita que há turbinas suficientes na estação de Portovoya para o Nord Stream voltar a reabrir.

Numa primeira reação, o porta-voz da Comissão Europeia acusou a Rússia de “cinismo” e utilização de “falsos pretextos” para suspender o fluxo de gás para a União Europeia. “O anúncio da Gazprom esta tarde de que encerrará novamente o Nord Stream 1 sob pretextos falsos é mais uma confirmação da sua falta de confiabilidade como fornecedor”, escreveu Eric Mamer, no Twitter.

(Notícia atualizada às 18h06)

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