Homens no poder dos grandes escritórios? Tão século XX

Espero que este editorial sirva para que muitos dos homens que mandam nos escritórios de advogados pensem, reflictam e concluam que é muito século XX ter apenas homens como managing partners e nos CA.

Esta edição da Advocatus prima pela diferença. Diferença de ter uma mulher na capa da revista que faz sempre os possíveis por ter advogados marcantes e com provas dadas no mercado da advocacia de negócios na área de gestão nos escritórios.

Infelizmente, são raras as capas que fazemos no feminino. Por algum tipo de preconceito? Quem me conhece sabe bem que não. Mas a verdade é que com muitas preocupações (teóricas?) de género que todos temos, ou pelo menos a tentativa de, e em que o mercado da advocacia de negócios não é exceção, os escritórios de advogados ainda pecam muito pela falta de mulheres na gestão ou na administração.

Susana Afonso é um claro e óbvio exemplo disso. Uma mulher advogada com provas dadas, responsável pelo departamento de laboral, que ocupa uma parcela (muito) considerável na faturação do escritório onde é sócia (CMS) e que, apesar de fazer parte do Conselho de Administração, faz (fazemos) também ainda parte de uma geração que teve de superar os machismos encapotados, os paternalismos e (pasme-se!) o assédio moral e sexual no trabalho.

E o tempo verbal parece-me que ainda deveria ser no presente e não passado. Sim, existiu e ainda existe (menos, é certo). A entrevista de capa que apresentamos nesta edição – e que muito me orgulho de apresentar – prima pela inteligência, assertividade e, até, como sendo uma das melhores capas esteticamente falando feitas até hoje.

Modesta e humildemente espero que este editorial sirva para que muitos dos homens que ainda mandam nos maiores escritórios de advogados pensem, reflitam e concluam que é muito século XX ter apenas homens como managing partners ou como membros nos Conselhos de Administração.

Aproveitemos esta fase em que há ainda muitos escritórios que precisam (urgentemente) de uma transição geracional para haver uma verdadeira reflexão e dar voz e oportunidade a mulheres na gestão de uma casa de advogados. Mesmo que sejam mais de cem.

O exemplo da Vieira de Almeida, da Abreu, da Cuatrecasas ou mesmo da Gomez – Acebo e Pombo envergonha? Penso que não. Os tempos estão a mudar e façam parte dessa mudança de uma forma muito mais ativa do que a atual. Boas leituras e bom regresso ao trabalho.

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