Prestação da casa vai disparar. Faça aqui a sua simulação

O BCE subiu os juros, a euribor está a disparar e por isso há muito tempo que as famílias não sentiam aumentos tão bruscos na prestação da casa. Faça as suas contas com este simulador.

No espaço de um ano, a prestação do crédito à habitação disparou. Em agosto, por exemplo, os contratos indexados à Euribor a 12 meses registaram um incremento de 175 pontos base no indexante, passando de uma taxa média de -0,5% para 1,25%. Num financiamento de 100 mil euros a 30 anos com um spread de 1,2%, isto traduziu-se num aumento de 84 euros da prestação da casa.

Para os próximos meses as notícias são ainda piores. A manter-se a Euribor a 12 meses acima da fasquia dos 1,9% (esta sexta-feira ultrapassou mesmo os 2%) ao longo de setembro, os contratos de crédito à habitação revistos no início do próximo mês contarão com um aumento superior a 200 pontos base na taxa de juro. É preciso recuarmos 22 anos, até agosto de 2000, para observarmos valores desta grandeza.

No bolso das famílias que em outubro terão uma revisão contratual da taxa de juro, o aumento vertiginoso da Euribor a 12 meses irá traduzir-se num incremento de 120 euros na prestação da casa por cada 100 mil euros de financiamento, assumindo um crédito a 30 anos com um spread de 1,2%.

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Tenho um crédito à habitação no valor de euros, contratualizado por um prazo de anos, indexado à Euribor a 12 meses (que há um ano estava nos % ), com um spread de %. A prestação da casa que pago atualmente é de 308 euros, mas caso a Euribor a 12 meses passe para %, a prestação passa para 432 euros. (Mude os campos sublinhados para descobrir os números mais próximos da sua previsão.)

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Há muito tempo que as famílias não sentiam aumentos tão bruscos na prestação da casa. Nem mesmo em 2008, durante o período da crise financeira do subprime, as famílias se ressentiram tanto.

Desde o início do ano que o diferencial anual das taxas de juro alargou-se profundamente. Em fevereiro, se a diferença homóloga da Euribor a 12 meses era de apenas 15 pontos base, em junho e julho já era de 133 e 148 pontos base, respetivamente.

Ciclo de subida das taxas de juro ainda agora começou

Desde o final do ano passado que as taxas Euribor iniciaram um ciclo ascendente bastante rápido. A Euribor a 12 meses, por exemplo, depois de atingir o valor mais baixo da história de -0,504% a 15 de dezembro, em abril já estava em terreno positivo e hoje aproxima-se da marca dos 2%.

A rapidez da ascensão das taxas é de tal forma severa que, no último mês, a Euribor a 6 meses praticamente duplicou de valor, passando de 0,73% a 8 de agosto para os atuais 1,36% e a Euribor a 12 meses passou de 1,11% para 1,91%.

No mercado monetário também não tem passado despercebido a forte desvalorização do Euro face ao Dólar norte-americano, particularmente no último mês, com a moeda única a cotar atualmente no valor mais baixo face ao dólar em mais de duas décadas.

Estes movimentos foram apenas dois sinais de que estava para breve um aumento histórico das taxas de juro em 75 pontos base por parte do Banco Central Europeu (BCE), como foi anunciado por Christine Lagarde, presidente do BCE.

Com esta operação, a taxa de juro aplicável às operações principais de refinanciamento e as taxas de juro aplicáveis à facilidade permanente de cedência de liquidez e à facilidade permanente de depósito foram aumentadas para 1,25%, 1,50% e 0,75%, respetivamente, com efeitos a partir de 14 de setembro.

“Este passo importante antecipa a transição do nível extremamente acomodatício prevalente das taxas de juro diretoras para níveis que assegurarão um regresso atempado da inflação ao objetivo de 2% a médio prazo estabelecido pelo BCE”, refere a autoridade monetária da zona euro em comunicado.

Esta mensagem revela também que o BCE não ficará por estes aumentos. Em função da atual taxa de inflação média de 9,1% na zona euro e da revisão em alta das projeções do BCE para a inflação nos próximos três anos (8,1% em 2022, 5,5% em 2023 e 2,3% em 2024), é expectável assistir-se a novos aumentos das taxas de juro nas próximas reuniões do Conselho do BCE.

Os mercados já estão a descontar isso mesmo. Atualmente, os forward rate agreements (contratos financeiros negociados em mercado secundário que permitem a fixação de uma taxa de juro no futuro e que são utilizados pelos profissionais para antecipar as oscilações das taxas de juro no longo prazo) sobre a Euribor a 6 meses apontam para que a taxa supere a barreira dos 2,5% até março do próximo ano e mantenha-se perto desta barreira até 2030. Nessa altura, o mercado antecipa que a Euribor a 6 meses possa estar a negociar nos 3%.

Para as famílias com crédito à habitação, os próximos meses vão ser bastante duros para as suas finanças. Mas se quanto ao aumento das taxas de juro pouco ou nada as famílias podem fazer, há uma mão cheia de opções ao seu alcance capaz de mitigar o aumento do custo do crédito à habitação.

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