Preços do correio regulado deverão aumentar mais de 6,8% em 2023
Ainda não é possível saber ao certo qual vai ser o aumento dos preços do correio regulado em 2023, mas a aplicação da fórmula acordada com o Estado deverá ditar uma subida superior aos 6,8% deste ano.
O presidente executivo dos CTT CTT 0,11% diz que ainda não é possível saber ao certo quanto vão aumentar os preços do correio em 2023, após a aplicação da fórmula que foi acordada no novo contrato de concessão. Ainda assim, João Bento estima que o aumento vá ser superior ao de 6,8% que foi aplicado para os preços deste ano, embora ressalve que o impacto do correio no orçamento familiar ronda os três euros por ano, sendo, por isso, “desprezível”.
À margem de um evento promovido em conjunto com o Banco de Portugal, o gestor disse que a nova fórmula, acordada com a Anacom e a Direção-Geral do Consumidor, “é bastante análoga” à que veio a ditar o aumento de 6,8% em 2022. A fórmula contempla variáveis como a “taxa de variação média dos últimos 12 meses” da inflação, publicada pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), e a queda do tráfego do correio no ano anterior, bem como um indicador fixo que corresponde ao peso dos custos variáveis (16%), um fator de eficiência e um fator a aplicar no caso de “alterações significativas de contexto”.
“[Tivemos] um aumento de 6,8%, que, depois, quando passámos aquilo para os produtos concretos, dará provavelmente 6,6% para a inflação e para a queda que tivemos no ano passado. E, portanto, é natural que este ano, com mais inflação e uma queda do mesmo género, esse valor venha a ser um pouco superior”, admitiu João Bento. O aumento superior a 6,8% diz respeito, apenas, ao correio regulado, abrangido pelo serviço postal universal, que é “cerca de metade” do correio gerido pelos CTT, segundo o responsável.
“Estamos este ano com um preço que aumentou de uma forma que é bastante análoga àquela que vamos ter para os próximos três anos, em termos da formula, não necessariamente em termos do valor”, acrescentou o presidente executivo, indicando que “os princípios que foram tidos em conta são princípios que foram agora vertidos de forma explícita para uma fórmula”.
Dito isto, João Bento considerou que “o impacto” que o aumento do correio “tem na atividade das empresas, e, sobretudo, nas famílias, é absolutamente desprezável”, mesmo que “por qualquer razão fosse imperioso aumentar o correio num valor mais expressivo”. “Isso não deve constituir um motivo de preocupação”, garantiu, porque “o correio representa quase nada – 0,013% – do orçamento familiar, em linha com três euros por ano”.
Banco CTT com melhor outlook
O gestor falou também sobre a conjuntura económica na Europa à luz da guerra na Ucrânia, assim como no impacto da crise energética e da inflação na atividade da Zona Euro. Reconhecendo que “o crescimento na Europa está a arrefecer”, João Bento disse que “é possível que venham a haver fenómenos mais próximos de um crescimento baixo” do que “propriamente um quadro de recessão”.
“Temos cada vez mais a noção de que a inflação, que é originada por escassez (supply-driven) e também pelo que se passa com a energia, é infelizmente mais duradoura do que se pensava”, indicou o gestor português, enaltecendo que Portugal ainda está “bastante diferenciado pela positiva” quando comparado com a evolução da economia dos pares.
Porem, para os CTT, que têm enfrentado aumentos nos custos com energia, outros fenómenos, como a desvalorização do euro, não terão impactos tão relevantes (o grosso do negócio é feito com a moeda única). “Temos hoje nos CTT uma repartição entre áreas de negócio que oferecem alguma proteção natural. Para as taxas de juro, também o banco tem um outlook [perspetiva] mais interessante do que se pensava ter para o médio e longo prazo. Não vou dizer que encaro com otimismo o futuro, mas achamos que temos condições para passar bem por este processo que aí vem”, concluiu.
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