Montepio: Tomás Correia admite sair se for culpado
"Estou tranquilo relativamente ao desfecho destas, e de outras acusações que me foram dirigidas", assegura. Tomás Correia é acusado de ajudar o GES numa altura em que o BES já estava em crise.
O presidente da Associação Mutualista Montepio Geral (AMMG) reagiu esta segunda-feira à notícia de que o Banco de Portugal o acusou, assim como a outros oito ex-gestores do Montepio, de ter financiado o GES numa altura em que o BES já apresentava dificuldades financeiras em 2014. “Se alguma vez se colocar a possibilidade de transitar em julgado algo a meu desfavor, em qualquer tribunal, por quaisquer atos ilícitos, abdicarei do exercício das minhas funções”, escreve Tomás Correia, acrescentando estar “profundamente convicto e seguro de que isso não vai acontecer”.
Estou tranquilo relativamente ao desfecho destas, e de outras acusações que me foram dirigidas.
“Estou tranquilo relativamente ao desfecho destas, e de outras acusações que me foram dirigidas”, assegura Tomás Correia em comunicado de imprensa. “Não é difícil contextualizar as notícias num momento em que se questiona a separação da Caixa Económica do património que pertence aos Associados da Associação Mutualista“, analisa o atual presidente da instituição que tem sido notícia nos últimos dias. “É precisamente para nos batermos contra esse tipo de correntes, que em nada favorecem o bom nome do Montepio e dos trabalhadores e gestores que aqui trabalham, que levarei até ao fim o mandato que me foi confiado, ao serviço de todos os Associados do Montepio”, afirma.
O Banco de Portugal acusa os gestores de violação de concessão de crédito e de irregularidades a nível de controlo interno. Mas também da infração a normas e limites no financiamento a partes relacionadas. Em sua defesa, a Associação Mutualista escreve que, “uma vez que se trata de matéria sujeita a sigilo, não é possível publicamente contrapor as matérias de facto da acusação, reduzindo o devido espaço para esclarecimento”. As coimas podem chegar aos quatro mil milhões.
Na investigação que fez, o Banco de Portugal concluiu que a administração liderada por António Tomás Correia não cumpriu as boas regras de análise de crédito nem as normas internas. Carlos Costa fez alertas, mas Tomás Correia acabou por aprovar duas operações de financiamento ao GES durante este período. Essa decisão acabou por custar 140 milhões de euros em imparidades reconhecidas nesse ano pela Caixa Económica Montepio Geral.
(Notícia atualizada às 10h52)
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