Estamos preparados para os desafios da cibersegurança? Ageas e convidados dizem que não
A Ageas organizou uma conferência em parceria com a Ordem dos Economistas e com a Ordem dos Engenheiros, onde foram debatidos os desafios da segurança cibernética.
A seguradora promoveu uma análise do “Cyber Risk e os impactos na proteção da Sociedade” na 4.ª Conferência – Fórum Ordens Profissionais Ageas Seguros, que decorreu nos Montes Claros – Lisbon Secret Spot, e teve transmissão online.
Segundo Lino Santos, coordenador do Centro Nacional de Cibersegurança, ninguém está preparado para os riscos dos ciberataques. “Tivemos um aumento de 80% de incidência em relação a 2019″, partilhou. O especialista disse que “temos que trabalhar mais e desenvolver capacidades para prevenir quando acontecer, para que os ataques tenham o mínimo impacto possível”.
O coordenador apontou a importância de seguir o guia das melhores práticas para a cibersegurança, delineado de acordo com as referências internacionais. “Temos que nos preparar para um incidente, porque há uma assimetria entre as capacidades de proteção e as do atacante“, acrescentou.
Segundo o especialista, há, em Portugal, uma insuficiência nas áreas da literacia de cibersegurança e de recursos humanos, o que se torna ainda mais relevante num contexto em que “mais de metade dos ataques exploram o fator humano”, referiu Lino. “A aposta em formação é essencial para a resiliência”, concluiu.
Pedro António, membro da Comissão Executiva do Grupo Ageas Portugal, afirmou que “ninguém está protegido. Isso é uma utopia”. E alertou que “se houver um ataque dirigido, é preciso grande capacidade de resistência”.
Cristina Siza Vieira, CEO e VP executiva da Associação da Hotelaria de Portugal, equiparou a preparação para ciberataques ao protocolo para incêndios. “Há uma série de protocolos, sabemos o que é preciso fazer mas é preciso testar e voltar a revalidar os procedimentos”. Ainda mais, numa altura em que importantes grupos hoteleiros, bem como empresas líderes como a TAP e a Uber já foram alvo de ataques digitais.
A representar a Ordem dos Economistas, Luís Sequeira apontou que este “é um problema de gestão e organização”. Para ele, a palavra-chave é organização e o essencial é “ter o cuidado de seguir as regras”.
O economista afirmou que “os casos que veem a público não são a totalidade. Apenas 10% dos ataques são do conhecimento público. 90% dos casos de ciberataques não são comunicados”. E disse que “a UE tem os mesmos problemas”.
Em representação da anfitriã Ageas Seguros, estiveram, nos Montes Claros, Gustavo Barreto, membro da Comissão Executiva Grupo Ageas Portugal, Fernando Santos, responsável das Ordens Profissionais do Grupo Ageas Portugal, Pedro António, membro da Comissão Executiva do Grupo Ageas Portugal e Pedro Machado, Data Protection Officer do Grupo Ageas Portugal.
Entre os especialistas que discutiram os desafios da segurança cibernética esteve o bastonário da Ordem dos Engenheiros, Fernando de Almeida Santos. Luís Sequeira é membro da Assembleia Representativa da Ordem dos Economistas e presidente da APCS (Associação Portuguesa de Consultores Seniores).
Ana Dias, CFO da Cofina, Pedro Ribeiro, CEO da Agile Information Security, e Vasco Amaral, presidente do Colégio Nacional Engenharia Informática também estiveram entre os oradores do evento.
A moderação da conferência esteve a cargo de Camilo Lourenço, jornalista, comentador, fundador e apresentador de “A Cor do Dinheiro”.
O programa da 4.ª Conferência – Fórum Ordens Profissionais da Ageas Seguros, pode ser consultado aqui.
A Ageas Seguros criou ainda um passatempo que irá selecionar vencedores de dois Apple Watch entre os participantes na conferência. O passatempo irá decorrer até ao dia 2 de outubro.
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