CGD “tem de fazer o que os outros bancos não fazem”
Assunção Cristas defende que os critérios para a reestruturação da CGD "não podem ser iguais ao da banca privada". A líder do CDS diz que a Caixa "tem obrigação de fazer diferente dos outros bancos".
A líder do CDS-PP, Assunção Cristas, defendeu hoje que os critérios para a reestruturação da Caixa Geral de Depósitos (CGD) “não podem ser iguais ao da banca privada“, sublinhando que o partido defende uma CGD 100% pública.
“O CDS aguarda as explicações por parte do Governo. Como é sabido está prevista uma ida do senhor ministro Mário Centeno ao parlamento. Do nosso lado ficámos perplexos quando ouvimos que os critérios têm de ser exatamente iguais ao da banca privada. Se é assim porque é que defendemos uma Caixa Geral de Depósitos Pública?“, questionou a líder centrista.
"Do nosso lado ficámos perplexos quando ouvimos que os critérios têm de ser exatamente iguais ao da banca privada. Se é assim porque é que defendemos uma Caixa Geral de Depósitos Pública?”
Assunção Cristas, que falava ao início desta tarde aos jornalistas, à margem de uma visita aos Mouchões do Tejo, em Vila Franca de Xira, acerca do processo de reestruturação da CGD, que implica o encerramento de balcões e a redução do número de trabalhadores.
Há duas semanas, a CGD apresentou prejuízos históricos de 1.859 milhões de euros, mais de dez vezes que os resultados negativos de 171 milhões de euros de 2015, justificados pela constituição de novas imparidades (perdas potenciais, sobretudo para crédito). Na ocasião, o presidente executivo da CGD, Paulo Macedo, referiu que o plano de reestruturação e reorganização prevê a redução de mais de 2.200 trabalhadores até 2020 e o fecho de quase 200 agências.
Paulo Macedo ressalvou que o banco não conseguirá regressar aos lucros se mantiver a atividade sem alterações e que não pode manter presença em todas localidades em que outros bancos não veem viabilidade económica. Instada a comentar as considerações de Paulo Macedo, Assunção Cristas insistiu na ideia de que “a CGD tem obrigação de fazer diferente dos outros bancos”.
“Para mim é claro que se há um banco 100 % público é para poder fazer diferente do que outros bancos fazem. Se for para fazer exatamente igual, nomeadamente a presença em território português então não faria sentido estar a defender a caixa 100% pública”, argumentou, acrescentando que espera que o ministro Mário Centeno possa esclarecer no parlamento “todos critérios subjacentes a este processo”.
“Isto tem de ser visto com atenção. É preciso olhar para os critérios porque cada caso é um caso. Nós certamente queremos ouvir todas as explicações no parlamento e estaremos muito atentos a esta matéria”, sublinhou.
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