Costa leva Pedro Nuno Santos a reunião com PSD sobre novo aeroporto

António Costa convocou o PSD para uma reunião de trabalho relativa ao tema do novo aeroporto de Lisboa, agendada para sexta-feira, às 17h, na Residência Oficial do Primeiro-Ministro, em Lisboa. A principal novidade consiste na presença do ministro das Infraestruturas, Pedro Nuno Santos, neste encontro com uma delegação do maior partido da oposição, que será liderada por Luís Montenegro, e que pretende “dar sequência útil” à disponibilidade demonstrada pelo PSD.

Numa entrevista recente à TVI / CNN Portugal em que disse que o local do novo aeroporto vai ser definido em 2023, António Costa, questionado sobre se Pedro Nuno Santos tem estado nas reuniões com Montenegro, respondeu que apenas “estará presente nos momentos em que tivermos de encerrar o acordo e, sobretudo, em que tivermos de executar o que for decidido porque é o ministro de Infraestruturas e Habitação que necessariamente que vai pôr em prática”.

A informação sobre esta reunião, através de uma nota enviada às redações pelo gabinete de Costa, surge poucos minutos depois de o PSD ter divulgado a carta que Montenegro entregou ao chefe do Governo, em que explicita em cinco pontos a posição do partido em relação ao novo aeroporto de Lisboa.

Os social-democratas concordam com uma Avaliação Ambiental Estratégia que inclua Montijo e Alcochete, a concluir no prazo máximo de um ano, mas não descartam novas localizações para a infraestrutura aeroportuária.

Em comunicado, o primeiro-ministro “regista a reafirmação da ‘total disponibilidade para se alcançar a maior convergência possível’ sobre a estratégia de desenvolvimento da capacidade aeroportuária da região de Lisboa e, em especial, da ‘aceitação recíproca da metodologia a seguir’”.

Na missiva entregue esta quarta-feira a António Costa, Montenegro faz questão de recordar o episódio ocorrido no início do verão envolvendo o ministro das Infraestruturas, que diz ter desrespeitado “grosseira, incompreensível e irresponsavelmente” a concertação de posições que tinha sido acordada com o líder do Executivo socialista.

“Apesar disso, por imperativos de preservação do interesse de Portugal (…) e também pelas garantias que me prestou pessoalmente, decidimos prosseguir o diálogo, que se manteve e manterá ao nível político, circunscrito ao primeiro-ministro, de um lado, e ao presidente do PSD, por outro”, lê-se na missiva divulgada esta tarde.