Preço do cabaz de bens essenciais aumentou mais de 21 euros desde março
A pescada fresca (67%) e os brócolos (47%) sofreram o maior aumento de preço entre 1 de março e 31 de agosto, enquanto a courgette registou a maior descida de custo (-23%).
Entre 1 de março e 31 de agosto, o preço do cabaz de bens alimentares essenciais aumentou mais de 21 euros, indica uma análise da organização de defesa do consumidor Deco Proteste divulgada esta segunda-feira. Dos 63 produtos que compõem um cabaz essencial, 55 subiram de preço, com destaque para a pescada fresca e os brócolos.
O cabaz essencial custava 185,17 euros a 1 de março deste ano, tendo aumentado para 206,39 euros no último dia de agosto — ou seja, os consumidores passaram a pagar mais 21,22 euros pelos mesmos alimentos no espaço de seis meses.
De acordo com a Deco, os maiores aumentos verificam-se na pescada fresca e nos brócolos, cuja escalada dos preços foi de 67% e 47%, respetivamente. Mas outros bens alimentares tiveram subidas de dois dígitos: a couve-coração e o óleo alimentar dispararam 36%, a batata vermelha está 33% mais cara e um frango inteiro encareceu 30%.
Já um bife de peru custa agora mais 25% do que no início de março, os cereais de mel aumentaram 23%, enquanto as costeletas e as bifanas de porco tiveram uma subida de preços de, respetivamente, 20% e 18%.
Em contrapartida, apenas oito dos 63 produtos que compõem um cabaz essencial mantiveram ou desceram de preço até 31 de agosto, como é o caso do sal grosso, cujo preço se manteve estável, bem como dos cereais de fibra.
A courgette é o bem alimentar que teve a maior descida de preço (-23%) no período de seis meses: de 2,21 euros, custa agora 1,71 euros por quilograma. Destacam-se ainda o custo das ervilhas congeladas, que baixou 7%, o da perca (-4%), o do iogurte líquido (-2%) e o do pão de forma (-1%).
Citada em comunicado da organização, a porta-voz Ana Guerreiro sublinha que “este é um momento de difícil gestão para o orçamento familiar dos portugueses”, prevendo-se “um agravamento da situação nos tempos próximos”.
O cabaz essencial analisado pela Deco é composto por 63 alimentos, incluindo produtos de mercearia, laticínios, carne, peixe, fruta, legumes e congelados. A análise é feita todas as quartas-feiras, com base nos preços recolhidos no dia anterior, sendo que o custo do cabaz é obtido através do cálculo do preço médio por produto em todos os supermercados online, presentes no simulador da organização.
É de notar que, para fazer face à escalada de preços, o Governo avançou com um apoio de 60 euros ao cabaz alimentar para as famílias mais carenciadas. Até julho, esta medida representou um total de cerca de 128 milhões de euros. E depois a opção do Executivo foi dar um cheque de 125 euros a todos os que têm rendimentos mensais inferiores a 2.700 euros.
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