CGD: Sindicato critica corte do número de agências
A Comissão dos Trabalhadores da CGD acusa o banco de "querer começar uma casa pelo telhado" ao concretizar primeiro uma reestruturação por redução de agências e só depois verificar as necessidades.
A Comissão dos Trabalhadores da Caixa Geral de Depósitos (CGD) acusa o banco de “querer começar uma casa pelo telhado” ao concretizar primeiro uma restruturação por redução de custos e agências e só depois verificar as necessidades no terreno.
“Não me parece bem começar uma casa pelo telhado. O que devia ser feito era uma restruturação que implicasse primeiro ir aos locais averiguar as necessidades, ao nível da informática e métodos de organização do trabalho, e fortalecer estes aspetos, e não ao contrário: começar por fazer uma reestruturação por redução de custos e agências”, disse o coordenador da Comissão dos Trabalhadores (CT) da CGD, Jorge Canadelo, à Lusa após uma audiência com o grupo parlamentar do PCP, pedida pela própria CT para expor esta situação.
"Não me parece bem começar uma casa pelo telhado. O que devia ser feito era uma restruturação que implicasse primeiro ir aos locais averiguar as necessidades, ao nível da informática e métodos de organização do trabalho, e fortalecer estes aspetos, e não ao contrário: começar por fazer uma reestruturação por redução de custos e agências.”
Jorge Canadelo reforçou que os trabalhadores consideram que “à cabeça” deve vir “um estudo prévio que permita dar uma fundamentação para então se fazer” a outra reestruturação. A CT reivindicou também que os quatro anos em que os trabalhadores ficaram “constrangidos” pelo programa de ajustamento contem para a carreira, em linha com o que Sindicato dos Trabalhadores das Empresas do Grupo CGD também já contestou.
Sobre a lista de agências a fechar, Jorge Canadelo reiterou hoje que a mesma está a ser reavaliada e adiantou que ainda esta semana a CT deverá reunir-se com o presidente da CGD, Paulo Macedo, para saber “a forma como a reestruturação está a ser calendarizada”. O plano de reestruturação acordado com a Comissão Europeia e divulgado na apresentação de resultados da CGD, previa que o banco público fechasse cerca de 25% dos balcões abertos ao público (com funcionários a atender clientes), passando de 651 para 470 ou 490 daqui a três anos.
Já este ano, o plano da CGD é de fechar 70 balcões, cerca de 50 no final deste mês e os restantes até final do ano. Contudo, a reavaliação da lista de agências a fechar não deverá trazer grandes alterações uma vez que esta foi negociada com Bruxelas pela anterior administração do banco público, liderada por António Domingues, e é uma das contrapartidas acordadas para que a recapitalização da CGD que está a decorrer, num montante superior a 5.000 milhões de euros, não seja considerada ajuda de Estado.
Reestruturação é “consonante com gestão”
A ministra da Presidência e da Modernização Administrativa, Maria Manuel Leitão Marques, afirmou hoje que a reestruturação da CGD está “consonante com a gestão de um banco” público e com o interesse nacional. Na conferência de imprensa no final do Conselho de Ministros, em Sintra, a ministra referiu que “essa decisão [de reestruturação] se foi tomada pela direção, é uma decisão consonante com a gestão de um banco com esta natureza, com o interesse nacional e com o interesse dos cidadãos”.
“Como é sabido a CGD é um banco público e o acesso ao sistema financeiro e ao sistema bancário é uma condição essencial de vida, diria, tão importante como aceder às telecomunicações”, disse ainda a ministra, referindo que o assunto não foi tratado em qualquer Conselho de Ministros.
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