AICEP abre delegação em Chicago para captar investimento no Midwest americano
Após Nova Iorque e São Francisco, AICEP inaugura escritório numa região onde Brisa, Amorim, EDP Renováveis, Logoplaste e Sodecia têm investimentos e que é "berço" da Abbott, Baxter ou BorgWarner.
A Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (AICEP) tem uma nova delegação nos Estados Unidos, o quarto maior cliente para as exportações nacionais e o oitavo maior emissor de Investimento Direto Estrangeiro (IDE) no país. Com esta abertura em Chicago, o organismo público liderado por Luís Castro Henriques passa a ter três localizações espalhadas pelo território da maior economia do mundo – as outras estruturas funcionam em Nova Iorque e em São Francisco.
Aprofundar as relações económicas bilaterais, estabelecer novas parcerias e potenciar novos projetos de investimento para Portugal, dada a importância estratégica e geográfica de Chicago. São estes os objetivos traçados pela agência para esta nova estrutura, que vai ser inaugurada esta terça-feira na presença do secretário de Estado da Internacionalização, Bernardo Ivo Cruz, ou do embaixador de Portugal nos EUA, Francisco Duarte Lopes, além das autoridades locais.
As exportações de Portugal para o Estado do Illinois, que tem a cidade de Chicago como capital, mais do que duplicaram entre 2014 e 2021, totalizando 184 milhões de dólares (186 milhões de euros). Segundo dados oficiais, naquela região, as empresas nacionais vendem principalmente produtos farmacêuticos e equipamentos e componentes industriais, com destaque para as ferramentas e para os artigos de cutelaria em metal. Automóvel, agroalimentar e tecnologias da informação são outras indústrias com potencial de crescimento.
Alargando a análise aos 13 estados que compõem o chamado Midwest, as exportações nacionais para aquela região valem 21,4% do total nacional. A-to-Be (Brisa), Amorim, EDP Renováveis, Logoplaste e Sodecia são os principais grupos portugueses com interesses naquela zona dos EUA — com destaque para os clusters da energia, ciências da vida, infraestruturas, logística e novos conceitos industriais, e tecnologias de informação. Por outro lado, é ali que está a origem de alguns dos mais conhecidos investidores americanos em Portugal, como é o caso da Abbott, Baxter, BorgWarner, GE Healthcare ou Medtronic.
Os EUA são um bom mercado de diversificação para as exportações portuguesas. (…) Além disso, Portugal tem assistido nos últimos anos a um crescimento sem precedentes de investimento estrangeiro na área tecnológica, em especial proveniente dos EUA.
No ano passado, o stock de IDE dos EUA em Portugal superou os 2.000 milhões de dólares (2.022 milhões de euros, ao câmbio atual). No entanto, a AICEP ressalva, num comunicado enviado às redações, que “existe muito mais investimento em Portugal do que o registado estatisticamente, pois muitas holdings americanas estão sediadas noutras capitais europeias”. A Câmara do Comércio Americana (AmCham) identifica cerca de 1.000 empresas com capital maioritariamente americano em Portugal.
“Os EUA são um bom mercado de diversificação e, apesar da sua complexidade e dimensão, temos confiança na oferta portuguesa e acreditamos existirem [ali] boas oportunidades. Além disso, Portugal tem assistido nos últimos anos a um crescimento sem precedentes de investimento estrangeiro na área tecnológica, em especial proveniente dos EUA. Com a abertura de uma nova delegação da AICEP, localizada estrategicamente em Chicago, queremos potenciar os negócios das empresas portuguesas nos EUA e atrair mais investimento para Portugal”, resume Luís Castro Henriques.
Nesta missão aos EUA, o ainda presidente da AICEP – termina o mandato no final deste ano e não se vai manter em funções, como ECO noticiou – tem na agenda vários contactos com investidores para promover Portugal como destino de investimento, assim como o “Portugal Economic Forum 2022”, em Nova Iorque, focado na promoção do país como destino de investimento tecnológico para as empresas americanas. O evento está agendado para 6 de outubro e conta com a participação de empreendedores como Diogo Mónica (Anchorage Digital), Marcelo Lebre (Remote) ou Nuno Sebastião (Feedzai), Daniela Braga (Defined.Ai) ou Vasco Pedro (Unbabel).
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