Lucros da Galp até setembro aumentam 86% para 608 milhões de euros

Até setembro, as margens de refinação subiram para 12,4 dólares por barril, o que compara com 2,8 dólares por barril há um ano.

A Galp Energia registou um lucro de 608 milhões de euros nos primeiros nove meses do ano, um aumento de 86% face ao ano anterior. Todos os segmentos de negócio apresentaram “um forte desempenho”, mas o aumento dos preços do petróleo e o negócio de refinação ajudam a explicar os resultados. Até setembro, as margens de refinação subiram para 12,4 dólares por barril, o que compara com 2,8 dólares por barril há um ano.

De acordo com as contas apresentadas ao mercado pela empresa ainda liderada por Andy Brown, os lucros antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (Ebitda) aumentaram 73%, para 2.897 milhões de euros, nos primeiros nove meses do ano. Já no terceiro trimestre o Ebitda foi de 784 milhões de euros, que comparam com 607 milhões um ano antes e 1,244 milhões no segundo trimestre.

Mas estes resultados ficaram aquém das expectativas dos analistas e os mercados castigaram a empresa, com as ações a caírem mais de 5% logo na abertura do mercado. Já fazendo a análise por trimestre, o lucro de julho a setembro foi de 187 milhões de euros, o que representa um abrandamento face aos 265 milhões de euros dos três meses anteriores. A explicar este abrandamento de 29% está um efeito de inventário, mas também pela introdução do mecanismo ibérico que ajuda a conter os preços do gás.

Nos primeiros nove meses, a dívida líquida da Galp ascendia a 2,09 mil milhões de euros, um aumento homólogo de 3%. Mas no terceiro trimestre até conseguiu reduzir a dívida líquida, face aos três meses anteriores (2.185 milhões de euros). “Excluindo os movimentos inorgânicos relacionados com o negócio Titan Solar, a dívida líquida teria sido reduzida em cerca de 390 milhões de euros”, explica a empresa em comunicado. A compra de uma posição neste projeto teve um custo de 140 milhões. Para este montante de dívida contribuíram ainda os 213 milhões de euros pagos em dividendos a acionistas e 77 milhões no programa de recompra de ações realizado em maio.

Ao contrário do que aconteceu no segundo trimestre, agora todas as áreas de negócio tiverem um contributo positivo, exceto a de novos negócios que continua a dar prejuízo, que se agravou para 17 milhões no terceiro trimestre. No segundo trimestre, a área das renováveis tinha registado um prejuízo de quatro milhões de euros, mas nos três meses seguintes conseguiu obter um lucro de 38 milhões.

O negócio comercial (que inclui a venda de combustível nas bombas) registou um EBITDA de 256 milhões de euros nos primeiros nove meses, um aumento homólogo de 12%. Em termos trimestrais, a subida homóloga foi de 18% para 103 milhões de euros. De sublinhar que esta vertente do negócio tem vindo a subir todos os trimestres. A Galp explica esta melhoria com a recuperação da aviação e do transporte marítimo no segmento B2B. Mas as vendas gás e eletricidade foram “impactadas por uma redução da atividade industrial”.

No relatório ao mercado é possível perceber que a antiga refinaria de Matosinhos continua a pesar negativamente nas contas, já que foram registados 88 milhões de euros em provisões para suportar a transformação do espaço.

Para o Goldman Sachs, os riscos que a empresa enfrenta residem nas variações do preço do petróleo e gás, mas também das margens de refinação, dos custos ou das despesas de capital em grandes desenvolvimentos futuros. Além disso, flutuações não antecipadas no crescimento da produção de startups e projetos de desenvolvimento atualmente em fase pós-arranque também podem ser um risco, diz o banco de investimento numa nota onde frisa que a sua recomendação para as ações da Galp é “neutral” e o preço-alvo para as ações para os próximos 12 meses é de 15 euros por ação.

(Notícia novamente atualizada às 10h20 com o comentário do Goldman Sachs aos resultados da Galp)

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