CEO do BPI apela ao voto em lista à comissão de trabalhadores
Sindicatos denunciam "ingerência" da administração e chefias do banco nas eleições para a comissão de trabalhadores, após CEO ter pedido voto numa das listas. BPI diz que mensagem foi retirada.
Os funcionários do BPI elegem no dia 26 de outubro uma nova comissão de trabalhadores (CT), mas o processo está a registar sobressaltos, depois de o presidente executivo, João Pedro Oliveira e Costa, ter apelado ao voto na lista de continuidade, pois foi “uma garantia de harmonia e convergência” com banco. Face a esta “ingerência”, os sindicatos já protestaram contra aquilo que consideram ser um “inadmissível atentado aos princípios e direitos” dos trabalhadores.
Na mensagem, a que o ECO teve acesso, João Oliveira e Costa foi claro: “Apelo a todos o voto na lista liderada pela Sandra Salgado, cuja liderança da CT até agora foi uma garantia de harmonia e convergência nas medidas e ações em relação às [direção] Pessoas do BPI, sem nunca deixar de pressionar a CECA nem a DPO para a propostas que entendia válidas”.
O CEO do banco argumentou ainda que “ter uma CT forte, independente, mas também colaborativa e trabalha em prol dos interesses de todos, é muito importante para os tempos que se avizinham”. E fez o pedido: “Falem com as vossas equipas e apelem ao voto. Chamo à atenção daqueles que vão ter reuniões magnas de trimestre para reforçarem este ponto”.
Oficialmente, o banco diz que “a mensagem em causa foi logo nos dias seguintes retirada e não foi objeto de reuniões ou de difusão interna”. Além disso, por sua iniciativa, abordou o tema com a comissão eleitoral no dia 6 de outubro e esta “não viu razão para alterar o curso normal do processo”.
É absolutamente inadmissível, está expressamente proibida por lei e tem de merecer o claro repúdio por parte dos trabalhadores e das suas estruturas de representação de trabalhadores.
Ainda assim, face àquilo que consideram ser “ingerência do empregador e das chefias” nas eleições, o Sindicato dos Bancários do Norte (SBN), o Sindicato dos Bancários do Centro e o Mais Sindicato dizem que não podem ficar indiferentes. “É absolutamente inadmissível, está expressamente proibida por lei e tem de merecer o claro repúdio por parte dos trabalhadores e das suas estruturas de representação de trabalhadores”, referem.
Os três sindicatos afetos à UGT adiantam também, num comunicado de imprensa divulgado esta segunda-feira, que a referida lista apoiada pelo CEO ficou agora “sem condições para uma isenta e credível defesa e prossecução coletiva dos direitos e interesses dos trabalhadores”, sublinhando que se vão manter atentos ao processo eleitoral.
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