Vem aí a unidade de missão para captar empresas “pós-Brexit”
O primeiro-ministro anunciou a criação de uma unidade de missão para captar empresas após a saída do Reino Unido da União Europeia, o que poderá implicar a saída dos britânicos do mercado único.
O primeiro-ministro afirmou esta quinta-feira que será lançada uma unidade de missão destinada a incentivar a localização de empresas em Portugal que pretendam continuar sem condicionalismos no espaço europeu após a saída do Reino Unido da União Europeia. António Costa falava na sessão de abertura da Convenção Nacional dos Serviços, conferência que se prolonga até sexta-feira, na Fundação do Oriente, em Lisboa, após uma breve intervenção do presidente da Confederação do Comércio Português, João Vieira Lopes.
Na parte final do seu discurso, António Costa citou o antigo primeiro-ministro e atual secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, para dizer que um político deve fazer essencialmente duas coisas: Evitar criar problemas e transformar os problemas em oportunidades. Ora, segundo o atual primeiro-ministro, na sequência das suas visitas de Estado à China e à Índia, tornou-se para si evidente que o problema do “Brexit”, saída do Reino Unido da União Europeia, pode ser encarado por Portugal como uma oportunidade.
“Portugal pode ser uma excelente plataforma para empresas que estão instaladas na União Europeia e que não têm vontade de sair. Por isso, iremos criar uma unidade de missão com o objetivo específico de termos um quadro atrativo para a localização em Portugal de empresas que desejem manter-se na União Europeia e que, por força da legítima decisão dos cidadãos britânicos, não queiram ficar fora da União Europeia”, declarou António Costa.
"Iremos criar uma unidade de missão com o objetivo específico de termos um quadro atrativo para a localização em Portugal de empresas que desejem manter-se na União Europeia e que, por força da legítima decisão dos cidadãos britânicos, não queiram ficar fora da União Europeia.”
Ainda de acordo com o líder do executivo, esta será também uma forma de Portugal “contribuir para a globalização e para o reforço da própria base económica da União Europeia”. “É uma boa forma de demonstrarmos que não estamos na União Europeia nem com complexos de sermos um país do sul, mas com o enorme orgulho de sermos um país atlântico e aberto ao mundo, com capacidade de acrescentar valor e atividade económica”, acrescentou o primeiro-ministro.
No seu discurso, António Costa procurou também evidenciar as potencialidades de globalização do setor dos serviços, defendendo que Portugal tem uma vantagem competitiva pela sua inserção geoestratégica a nível mundial, tendo uma língua global e laços profundos em todos os continentes. Neste ponto disse mesmo que António Guterres desempenha atualmente as funções de secretário-geral das Nações Unidas, não por Portugal ser país membro da União Europeia, mas pelas qualidades pessoais do próprio, aliadas à presença de Portugal em vários pontos do mundo.
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