Greenvolt interessada em construir duas novas centrais de biomassa

O CEO da empresa indica ainda que a empresa não sai afetada pelos limites aos ganhos que a Comissão Europeia impôs aos produtores renováveis e aplaude a simplificação do licenciamento.

O CEO da Greenvolt, João Manso Neto, assume que a nova legislação, a qual garante tarifas para novas centrais de biomassa, torna atrativo aos olhos da Greenvolt a construção de até duas novas destas centrais.

Vamos fazer os esforços necessários para apresentar um projeto” para novas centrais de biomassa, indicou Manso Neto, na apresentação da reformulação de marca da Greenvolt, esta quinta-feira, em Lisboa. Na mesma ocasião, mencionou que a empresa consideraria construir “mais uma ou duas centrais”.

O recente decreto-lei prevê uma remuneração para centrais que contribua para o combate aos incêndios, indicou Manso Neto. “Não vou dizer que ganhemos, mas temos ideias claras de onde pode haver centrais de biomassa: sempre perto de zonas em que haja muita biomassa, como por exemplo a serra algarvia ou o norte do país. São zonas interessantes”, considerou.

Sem esta legislação, a construção de novas centrais seria “impossível”, diz o líder da Greenvolt, pois o preço de mercado é mais baixo que os custos marginais. “Porque é que merece uma tarifa? Há aqui um efeito social, de combate aos incêndios que tem de ser remunerado”, defende.

Questionado sobre se há matéria-prima suficiente, João Manso Neto diz acreditar que sim, embora “em quantidades pequenas e em zonas localizadas”.

Limites aos ganhos das renováveis não afetam a Greenvolt

Depois de o CEO da EDP ter admitido que uma nova taxa sobre os produtores de energia renovável na Roménia podia ter um impacto de três dígitos para a empresa, Manso Neto indica que a Greenvolt está a salvo destes impactos. Considera a proposta legislativa que se discute na Roménia “mal feita” na medida em que tem em conta as coberturas (hedging) e, “se a lei for para a frente assim, [a elétrica] vai ter de pagar a diferença entre o preço spot que não recebeu e o tal preço máximo”, explica.

No que diz respeito ao teto de 180 euros por megawatt-hora que a Comissão Europeia definiu, também não afeta a Greenvolt “em nada” na União Europeia, pois só tem centrais a operar com tarifa. Já em Inglaterra, pode haver algum impacto, dependendo da decisão que o país tenha. “Quando fizemos o projeto estávamos à espera de um preço de mercado de 40 libras. Portanto se houver um imposto ou um cap [teto] muito acima de 40 libras fico sempre melhor. Eu prefiro que não haja, mas se houver, é injusto? Não. Isto não é só a economia, uma pessoa tem de ser sensata. Em Inglaterra não sei o que vão pôr mas não estou preocupado”, remata.

Em paralelo, o fornecimento de materiais parece estar equilibrado, sem serem notórias disrupções decorrentes da pandemia. Há “uns azares mas não é dramático. Mais preocupante é a questão da mão-de-obra”, acusa. Para contornar este efeito, a empresa tem assinado contratos de médio prazo com alguns instaladores.

Simplificação do licenciamento “ajuda mas não é suficiente”

As novas regras que vêm simplificar o licenciamento de projetos renováveis, apresentadas há poucos meses, “ajudam, mas não é suficiente. As leis estão bem feitas, depois no terreno é que é que os organismos não têm por vezes os meios humanos necessários“, apontou.

 

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