Exclusivo Lisboa será o “maior hub de talento” da Emma dos colchões

Empresa alemã quer recrutar cerca de 200 pessoas em dois anos para o centro de desenvolvimento em solo português, a partir do qual é feita a gestão de mercados como Itália, França ou Brasil.

Dennis Schmoltzi, CEO da EmmaHugo Amaral/ECO

Lisboa vai tornar-se o nosso maior hub de talento da Emma. Maior do que o de Frankfurt, onde a empresa alemã de colchões inteligentes começou. Em dois anos, a companhia quer recrutar 200 pessoas, elevando para 450 o número de trabalhadores no escritório de Lisboa. A Emma estima fechar este ano com receitas superiores a 800 milhões de euros.

“Lisboa vai tornar-se o nosso maior hub de talento, maior do que Frankfurt, onde começámos. Porquê? Porque temos muito bom talento aqui, e a nossa companhia é sobre isso mesmo. É sobre talento que cria excelência em todas as áreas”, diz Dennis Schmoltzi, CEO da Emma. “Temos 250 pessoas a trabalhar aqui em Lisboa. Mas queremos crescer, com a contratação de, pelo menos, outras 200 pessoas nos próximos dois anos”, reforça o fundador da companhia, numa conversa com o ECO/Pessoas durante a Web Summit.

Atualmente localizada na zona do Saldanha, no cowork da Idea Spaces, a Emma foi obrigada a procurar novas instalações na capital portuguesa. “Ultrapassámos o nosso espaço. Por isso, estamos a olhar para um novo edifício, maior, para arrendar, para o qual nos possamos mudar no início do próximo ano. A mudança deverá ocorrer em fevereiro de 2023. Está atualmente em preparação, para garantir que as pessoas têm o melhor espaço e a melhor experiência, que é um dos pré-requisitos”, refere Dennis Schmoltzi.

Lisboa vai tornar-se o nosso maior hub de talento, maior do que Frankfurt, onde começámos. Porquê? Porque temos muito bom talento aqui.

Com 250 colaboradores, a partir de Lisboa a Emma assegura a gestão de diversos mercados. “Estamos realmente a gerir muitos dos nossos países a partir de Lisboa. O mercado italiano é gerido a partir daqui, o francês, o português, certamente, mas até o brasileiro tem funcionado a partir de Lisboa. Estamos a construir este escritório para fazer crescer a Emma internacionalmente. E isso requer também que estejamos a contratar na área. Por isso, para nós, será realmente o maior centro de talentos na Emma nos próximos dois anos”, explica o CEO.

Nos planos está, em dois anos, contratar cerca de duas centenas de pessoas. Mas face à atual escassez de talento, a aposta passa apenas pelo recrutamento do talento local? “Estamos a explorar este mercado de talentos local, mas também estamos também a atrair pessoas internacionais, porque para gerir países como a Itália temos também pessoas italianas a gerir o mercado italiano, mas a partir de Lisboa”, comenta o responsável.

Estamos realmente a gerir muitos dos nossos países a partir de Lisboa. O mercado italiano, o francês, o português, certamente, mas até o brasileiro tem funcionado a partir de Lisboa. Estamos a construir este escritório para fazer crescer a Emma internacionalmente. E isso requer também que estejamos a contratar.

Ao contratar pessoal localizado no mercado externo, Dennis Schmoltzi também se deparou com alguma burocracia. “Estamos a enfrentar alguns problemas ao nível da burocracia em todas as áreas onde temos escritórios. Por exemplo, o número de Segurança Social, que é necessário ter, por vezes leva algum tempo aqui em Portugal. Tem sido, por vezes, um pequeno obstáculo“, comenta.

Espero que isto [a criação de novos vistos] torne todo o processo mais rápido. Essas barreiras seriam ainda mais reduzidas”, diz o responsável, quando questionado sobre as suas expectativas para os novos vistos de trabalho anunciados pelo Governo.

“Penso que temos a nossa forma de gerir [os atrasos[. Temos também a nossa forma de apoiar as pessoas que contratamos e que tentamos atrair, mesmo que isso leve algum tempo — e demorar cerca de dois meses para as trazer até Lisboa. Temos o tipo de programas e o apoio que é necessário. Mas penso que todas as empresas ficariam felizes se houvesse menos burocracia. Todas as coisas seriam ainda mais rápidas”, diz.

Perfis procurados

E os perfis procurados são abrangentes. “Talvez as empresas, quando vêm para Lisboa, preferiram concentrar-se nas áreas operacionais. Nós contratamos realmente em todas as áreas, desde o marketing ao business development até à tecnologia, mas também em operações, suply chain management. Não se trata de uma área específica. É realmente uma equipa totalmente integrada que aqui temos tido a gerir todos os mercados, a gerir a supply chain, o desenvolvimento tecnológico…”, enumera Dennis Schmoltzi.

Dennis Schmoltzi, CEO da EmmaHugo Amaral/ECO

“Somos o melhor lugar, por exemplo, para crescer como um talento empreendedor. As pessoas juntam-se à Emma porque crescem rapidamente. A idade média dos colaboradores é de cerca de 28 anos. Portanto, é uma empresa muito jovem, mas, ao mesmo tempo, as pessoas crescem extremamente depressa. Contratamos muitos jovens, pessoas talentosas, damos-lhes responsabilidade e fazemo-los crescer pessoal e profissionalmente. E isso é o que atrai as pessoas”, defende o fundador da empresa.

Mas não só. As pessoas, considera ainda, sentem-se atraídas pelo “impacto” que têm. “Têm responsabilidade desde o primeiro dia, e decidem coisas que têm um custo e requerem um budget. Não temos budgets na companhia. Pedimos a todos que tomem uma decisão e decidam o que faz melhor sentido”, esclarece.

“Estar no escritório e estar presente é importante”

Um desenvolvimento pessoal do colaborador que o fundador da Emma acredita que é potenciado no escritório. “Acreditamos que toda esta parte do desenvolvimento do talento é melhor se estiverem juntos num escritório e conhecerem outras pessoas, porque aprendem muito observando os outros, participando naquelas discussões informais em que, por vezes, apenas passam por uma secretária e discutem formas, cultura… Isso ajuda-os a crescer, cria um espírito muito empreendedor, em oposição a estar sozinho em casa”, argumenta.

Somos uma empresa que acredita que estar no escritório e estar presente é importante. (…) Somos, de certa forma, anti-modelo.

“Somos uma empresa que acredita que estar no escritório e estar presente é importante”, reforça, defendendo um modelo que não tem sido o mais adotado entre as tecnológicas, em que o modelo remoto ou o híbrido é dominante.

“Somos, de certa forma, anti-modelo. Também vemos que na tecnologia é preciso contratar à distância. E temos talento técnico que é remoto, porque os especialistas de que precisamos por vezes, não conseguimos encontrar em Lisboa e, infelizmente, é difícil atraí-los e fazer com que se mudem para Lisboa. Mas esse é o outro elemento”, diz.

“Lisboa é um centro para a tecnologia, ou seja, onde estamos a atrair jovens talentosos na tecnologia, e a fazê-los crescer. Podemos tentar contratar programadores seniores, mas penso que também é importante construirmos uma equipa forte e fazer crescer as pessoas, porque também é nisso que somos bons”, argumenta.

Melhor trimestre de sempre

Abrir um escritório em Bucareste até ao final deste ano está entre os planos da companhia. “Lisboa tornar-se-á o maior centro de talentos da Europa. Também vamos manter Frankfurt, onde temos o desenvolvimento de produtos, onde os colchões físicos e as camas estão a ser desenvolvidos. Em Bucareste vamos explorar essa pool de talentos para determinadas áreas financeiras, mas também pessoas em todas as áreas”, descreve.

Na região Ásia Pacífico, o maior polo de atração está em Manila, nas Filipinas. Para a América Latina e América do Norte é a Cidade do México. “É assim que estamos atualmente estruturados e é também isso que estamos a manter”, sublinha o gestor.

Entre julho e setembro, a Emma registou receitas de 211 milhões de euros, elevando para 595 milhões no acumulado do ano, uma subida de 36% em relação ao ano passado.

E apesar dos ventos económicos menos favoráveis, a empresa não pensa alterar os planos. “Não precisamos disto porque estamos a crescer tão fortemente. Há atualmente muitos ventos contrários na economia. E mesmo na nossa indústria, vemos muitos outros players a lutarem intensamente. Temos trabalhado arduamente para oferecer os produtos certos a um ótimo preço em todo o mundo. Estamos agora em 30 países. O terceiro trimestre foi o melhor de sempre na história da empresa”, diz.

Entre julho e setembro, a empresa registou receitas de 211 milhões de euros, elevando para 595 milhões no acumulado do ano, uma subida de 36% em relação ao ano passado. “Esperamos mais de 800 milhões este ano de receitas. Para que isto aconteça, estamos sempre à procura de talento. Temos 150 posições abertas em todo o mundo e muitas delas são em Lisboa”, diz.

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