Ferrovia 2020 apenas tem 15% das obras concluídas
Programa de investimentos na rede ferroviária nacional deveria ter ficado concluído no final de 2021 e implica verba superior a dois mil milhões de euros.
O programa de investimentos Ferrovia 2020 ainda só tem 15% das obras concluídas. Mais de seis anos depois da sua apresentação, a iniciativa para obras nas linhas de comboio acumula atrasos um pouco por todo o país. O Ferrovia 2020 tem um investimento superior a dois mil milhões de euros e conta com financiamento de fundos comunitários em mais de 50%.
O valor total do Ferrovia 2020 encontra-se atualmente nos 2,032 mil milhões de euros e em 2023 serão executados 714 milhões, conforme apresentou o ministro das Infraestruturas e Habitação, Pedro Nuno Santos, durante audição parlamentar na especialidade relativa ao Orçamento do Estado para 2023. Será o ano de maior execução deste programa, que deveria ter ficado concluído no final de 2021.
“Esperamos ter o programa terminado no final de 2023”, referiu Pedro Nuno Santos durante a intervenção inicial. No entanto, há pelo menos uma obra que apenas ficará concluída no final de 2025. É o caso da eletrificação do troço entre Marco de Canaveses e Régua, na Linha do Douro, com orçamento total de 79 milhões de euros. Esta empreitada está a ser preparada para ser lançada.
Em 2016, o programa Ferrovia 2020 previa que as obras de eletrificação do troço Marco-Régua começassem no segundo trimestre de 2018 e ficassem concluídas no final de 2019. O investimento na empreitada era de 46,6 milhões de euros, com financiamento comunitário de mais de 70% (33,5 milhões de euros).
Entre as obras a executar em 2023, estão as obras de construção do troço Évora-Elvas, a modernização da Linha da Beira Alta, a eletrificação dos troços da Linha do Oeste entre Meleças-Torres Vedras e Caldas da Rainha, modernização da Linha de Cascais e eletrificação da Linha do Algarve.
O ministério de Pedro Nuno Santos dá como concluídas obras como a eletrificação da Linha do Douro no percurso Caíde-Marco de Canaveses. Contudo, os trabalhos de instalação de sinalização eletrónica neste troço – previstos no Ferrovia 2020 – apenas serão executados durante o ano de 2023.
Nos caminhos de ferro também está previsto, para 2023, um orçamento de 38 milhões de euros para a execução do Programa Nacional de Investimentos 2030. A verba servirá para o lançamento de concursos públicos para estudos e projetos, como a reativação do troço Pocinho-Barca d’Alva, na Linha do Douro.
Ainda na área da ferrovia, Pedro Nuno Santos referiu que em 2023 será feita a adjudicação de 117 novos comboios urbanos e regionais – estava prevista para dezembro de 2022. No momento da assinatura do contrato, a empresa vencedora vai receber 81 milhões de euros.
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