Greve na Autoeuropa avança na próxima semana. Operários exigem aumentos

Comissão de Trabalhadores está mandatada para greve de duas horas por turno na próxima semana mas ainda vai tentar voltar à mesa das negociações com a administração da fábrica do grupo VW.

A Autoeuropa prepara-se para a segunda greve da sua história. Os operários da fábrica do grupo Volkswagen em Portugal mandataram a Comissão de Trabalhadores para marcar paralisações parciais na quinta e sexta-feira da próxima semana. A decisão foi tomada nos plenários dos últimos dois dias. Os funcionários exigem aumentos salariais extraordinários.

Tendo em conta a “intransigência por parte da direção da Autoeuropa”, a Comissão de Trabalhadores propõe greves de duas horas por turno, que inclui “todos os trabalhadores que estejam a laborar em outros turnos:

  • 17 de novembro – entre as 15h20 e as 17h20
  • 18 de novembro – entre as 23h40 e 1h40
  • 18 de novembro – entre as 7 horas e as 9 horas
  • 18 de novembro – entre as 15h20 e as 17h20

Além do pré-aviso de greve, foi aprovada uma moção que mandata a comissão de trabalhadores a “voltar à mesa das negociações e fechar um aumento salarial que reponha o poder de compra dos trabalhadores”. A intenção é fechar o acordo “até ao final de novembro”.

Administração e trabalhadores estão em sentidos diferentes na luta contra a inflação: a direção da fábrica, liderada por Thomas Hegel Gunther, quer pagar bónus únicos de 400 euros. Os operários defendem antecipação de aumentos de 5% com efeitos retroativos a julho e uma nova atualização dos salários em janeiro de 2023, que conjugue os dados da inflação e o acordo laboral, assinado no início de abril. Assim, se a taxa de inflação em 2022 for de 8%, os trabalhadores querem uma atualização no início do ano de 2% relativos ao acordo e mais 1% que reflete a inflação.

O pré-aviso de greve surge numa altura em que a Autoeuropa está a produzir um único modelo, o SUV T-Roc, e se prepara para registar o segundo melhor ano de produção de sempre. Em 2022, a fábrica de Palmela poderá fabricar mais de 230 mil unidades, segundo a Comissão de Trabalhadores. “Todos os trabalhadores são os grandes obreiros desses resultados e como tal merecem ser reconhecidos”, sinalizam os representantes dos 5.100 operários.

Em 2021, a Autoeuropa representou 1,5% do PIB português e contribuiu com 5% das exportações nacionais. É a maior fábrica de automóveis em Portugal.

(Notícia atualizada às 12h56 com mais informação)

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Comentários ({{ total }})

Greve na Autoeuropa avança na próxima semana. Operários exigem aumentos

Respostas a {{ screenParentAuthor }} ({{ totalReplies }})

{{ noCommentsLabel }}

Ainda ninguém comentou este artigo.

Promova a discussão dando a sua opinião