O futuro da Startup Lisboa é agora

  • Gil Azevedo
  • 15 Novembro 2022

Lisboa e Portugal só podem desenvolver-se de uma forma sustentada e criar riqueza via inovação, com a criação de ideias disruptivas que se tornem novos negócios com escala mundial.

Nos últimos dez anos o empreendedorismo na cidade de Lisboa teve um crescimento muito significativo. Este crescimento esteve aliado ao papel muito importante que a Startup Lisboa tem desempenhado tanto para a cidade, como para o país, somando já mais de 450 startups incubadas, que criaram mais de 4 mil postos de trabalho e levantaram no total, um valor superior a 350 milhões de euros de investimento.

Quando a Startup Lisboa foi criada, o ecossistema era inexistente e foi necessário construir-se um modelo e um percurso para o seu desenvolvimento e promoção, por forma a começar a atrair empresas, investidores, projetos e talento para este ecossistema. Com o contributo da Startup Lisboa, e também de outras empresas de apoio a startups que entretanto surgiram, conseguiu-se criar um ecossistema relevante de startups early stage, startups ainda numa fase inicial de desenvolvimento. A entrada da Web Summit em Portugal, em 2016, veio pôr o país no radar internacional e assim dar uma dimensão internacional ao ecossistema português e da cidade de Lisboa, em concreto.

Após 10 anos, temos hoje um ecossistema estabelecido no early stage, com business angels, VC, incubadoras, aceleradoras, concentrados também essencialmente também nesta fase inicial. Agora, é preciso dar um salto e levar a cabo a maior transformação estratégica do papel da Startup Lisboa desde a sua fundação: alargar o seu âmbito e apoiar o desenvolvimento de scaleups, startups que já passaram pela fase inicial de financiamento e de construção de um modelo de negócio disruptivo, por forma a crescerem rapidamente e a tornarem-se globais.

Por isso, criou-se a ideia da “Fábrica de Unicórnios”, que se materializa efetivamente na Unicorn Factory Lisboa, baseada nas melhores práticas internacionais por forma a apoiar toda a cadeia de valor do ecossistema, desde a ideia até à “criação” de unicórnios, empresas com uma valorização superior a mil milhões de dólares. Este apoio passa por capacitar scaleups a ultrapassar os desafios das diferentes fases de crescimento, ao mesmo tempo que se expandirá o apoio a novas ideias e a startups na fase inicial, através da Startup Lisboa. Esta é a visão clara que temos para o futuro: criar um ecossistema de escala internacional que apoie os empreendedores a criar, escalar e a internacionalizar novos negócios.

Esta visão materializa-se em quatro frentes: early stage, que é pelo qual a Startup Lisboa é hoje conhecida e que vai continuar a ser um modelo importante a ser desenvolvido; growth stage para as scaleups com o lançamento do primeiro programa Scaling Up do país; soft landing para apoiar scaleups e unicórnios internacionais a expandirem-se através de Lisboa e de Portugal, também através de um novo programa dedicado; e depois, uma última vertente de hubs e para que se criem centros de excelência de inovação de dimensão internacional em áreas de forte crescimento, em colaboração com o ecossistema e o mundo empresarial, onde o Hub Criativo do Beato desempenha um papel central.

O primeiro passo desta nova fase está dado com o lançamento da Unicorn Factory Lisboa e dos dois primeiros programas de Scaleup a nível nacional, o Scalingup e o Soft Landing. Estou confiante que todo o ecossistema irá acompanhar este passo com novos programas, mais investimento e mais crescimento, capturando as oportunidades e necessidades que surgem na fase de scaleup, da mesma forma que o fez há 10 anos. Damos este passo porque acreditamos que Lisboa e Portugal só podem desenvolver-se de uma forma sustentada e criar riqueza via inovação, com a criação de ideias disruptivas que se tornem novos negócios com escala mundial. O nosso primeiro objetivo está praticamente alcançado: acrescentar a palavra scaleup ao nosso léxico, as startups com tração de crescimento com potencial de se tornarem globais, abrindo uma nova perspetiva a todo o ecossistema e, assim, entrar nesta nova fase de desenvolvimento.

Daqui a dois anos queremos estar em velocidade cruzeiro e já termos duplicado a nossa capacidade de apoiar startups e scaleups, bem como triplicado a atração de investimento pelas startups apoiadas pela Unicorn Factory Lisboa, e que o ecossistema já tenha começado a expandir-se de uma forma relevante para esta fase de crescimento. No futuro, a ambição é que Lisboa seja um centro europeu de inovação, empreendedorismo e com um número relevante de empresas com dimensão já muito considerável, em colaboração com os stakeholders em Portugal para que possamos ganhar escala a nível internacional.

  • Gil Azevedo
  • Diretor executivo da Startup Lisboa e da Unicorn Factory Lisboa

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