PSD quer apurar responsabilidades sobre intromissão no BIC sem esperar por “nenhum tribunal”
Líder social-democrata diz que partido quer "assacar responsabilidades políticas” relativas às acusações ao primeiro-ministro de intromissão na administração do BIC.
O presidente do PSD, Luís Montenegro, avisou no sábado à noite que não vai esperar pela decisão de “nenhum tribunal” para “assacar responsabilidades políticas” relativas às acusações ao primeiro-ministro de intromissão na administração do BIC.
Em Penafiel, no distrito do Porto, na tomada de posse dos órgãos da distrital do partido, Luís Montenegro deixou vários recados a António Costa sobre o que pretende ver esclarecido no caso da troca de mensagens e telefonemas entre o primeiro-ministro e o ex-governador do Banco de Portugal Carlos Costa. “Não vamos ficar à espera de nenhum tribunal para sabermos isso”, avisou.
António Costa anunciou que irá processar o antigo governador, que acusou de ter escrito um livro com mentiras e deturpações a seu respeito e de ter montado uma operação política de ataque ao seu caráter, depois de Carlos Costa ter reafirmado que houve uma “tentativa de intromissão do poder político junto do Banco de Portugal”.
Luís Montenegro começou por dizer que António Costa “vai dirimir as mensagens e as trocas de telefonemas” que teve com o antigo governador, mas que vai deixar que o primeiro-ministro “faça esse combate nos tribunais”. “Mas se António Costa pensa que é por ele próprio ter levado esse assunto para os tribunais que nós vamos deixar de assacar as responsabilidades políticas, esteja enganado porque nós queremos respostas”, avisou.
Para o líder social-democrata, é preciso saber se o primeiro-ministro “quis ou não quis influenciar o Banco de Portugal” para manter Isabel dos Santos na administração do BIC.
Luís Montenegro disse ainda querer saber se houve “uma negociata para entregar o Banif a uma instituição financeira espanhola”. “Nós queremos saber se aquilo que o doutor António Costa andava a dizer na campanha eleitoral em 2015 sobre o sistema financeiro e aquilo que depois fez nas primeiras semanas de exercício que levaram à resolução do Banif, nós queremos saber se isso tinha uma intenção por trás”, continuou.
“Nós queremos saber se é aquilo que vem no dito, se havia ou não havia uma preparação, uma intencionalidade para criar condições para, em vez de ser vendido, o Banif fosse, como foi, oferecido ao Santander”, acrescentou.
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