Von der Leyen comete gafe ao avançar baixas no exército ucraniano
Von der Leyen afirmou, num discurso em vídeo, que "100.000 soldados ucranianos foram mortos" desde o início da guerra. Pouco depois, estas palavras foram cortadas do vídeo.
“Mais de 100 mil oficiais militares ucranianos foram mortos até agora” na invasão russa da Ucrânia. Esta estimativa foi avançada pela presidente da Comissão Europeia num vídeo publicado esta manhã na rede social Twitter, no qual anunciou a proposta de estabelecer um tribunal especial para julgar os “crimes horríveis” da Rússia na Ucrânia. O vídeo foi entretanto apagado e posteriormente republicado, mas sem as declarações de Ursula von der Leyen sobre o número de ucranianos mortos desde o início do conflito.
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Numa publicação na mesma rede social, a diretora para a Comunicação Política do Executivo comunitário clarificou as declarações de Von der Leyen sobre as baixas ucranianas na guerra, agradecendo “àqueles que assinalaram a inexatidão em relação aos números numa versão anterior do vídeo”. “A estimativa utilizada, de fontes externas, deveria referir-se a vítimas, ou seja, mortos e feridos, e pretendia mostrar a brutalidade da Rússia“, esclareceu Dana Spinant.
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Na sequência das estimativas avançadas por Bruxelas, o jornal Ukrainska Pravda pediu um comentário ao Estado Maior General das Forças Armadas Ucranianas, que, na pessoa do chefe do departamento de Relações Públicas, Bohdan Senyk, reiterou a posição de sigilo operacional da Ucrânia em relação aos números de baixas.
“Não podemos confirmar este número. Sublinhamos que as perdas do exército ucraniano são informações classificadas e estão sujeitas a restrições de publicação. Ao mesmo tempo, se a informação anunciada pela presidente da Comissão Europeia nos permitir levar o país agressor à Justiça, só podemos apoiar ações que contribuam para a punição legal daqueles que organizaram o genocídio do povo ucraniano”, afirmou Bohdan Senyk.
Bruxelas propõe aplicação de ativos congelados para financiar reconstrução da Ucrânia
No vídeo divulgado esta quarta-feira, Von der Leyen propôs também aos Estados-membros da União Europeia (UE) o arresto temporário dos ativos congelados a oligarcas russos, no âmbito das sanções adotadas contra Moscovo, e a respetiva aplicação para financiar a reconstrução da Ucrânia. A intenção é criar, a curto prazo, uma “estrutura para administrar” os bens confiscados e investi-los, usando os lucros para financiar a Ucrânia, explicou.
“A Rússia deve pagar pelos seus crimes horríveis. Iremos trabalhar com o TPI (Tribunal Penal Internacional) e ajudaremos a estabelecer um tribunal especializado para julgar os crimes da Rússia. Com os nossos parceiros, faremos com que a Rússia pague pela devastação que causou, com o congelamento de fundos de oligarcas e ativos do seu banco central”, lê-se na descrição que acompanha o vídeo.
De acordo com dados de Bruxelas, até 25 de novembro, o montante total dos bens privados russos congelados no âmbito da UE, ao abrigo da Política Externa e de Segurança Comum, ascendia a quase 18,9 mil milhões de euros.
As reservas em moeda estrangeira do banco central russo imobilizadas – tanto no G7 (grupo dos sete países mais ricos) como na UE – rondam um montante total estimado de 300 mil milhões de dólares (cerca de 289 mil milhões de euros, ao câmbio atual).
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