Mercados europeus reagem em baixa à subida de juros pelo BCE

Principais índices bolsistas da Zona Euro aprofundaram descidas depois de a líder do Banco Central Europeu ter admitido novas subidas nas taxas de juro nos próximos meses.

As bolsas europeias agravaram as descidas em reação às declarações de Christine Lagarde, depois de o Banco Central Europeu (BCE) ter anunciado uma subida de 50 pontos base das taxas de juro. Os principais índices da Zona Euro estavam a negociar com descidas próximas dos 2% e o português PSI acompanhava a tendência, com os investidores a reagirem negativamente ao facto de a presidente do BCE ter admitido novas subidas das taxas de juro ao longo de 2023.

Pelas 14h18, o índice francês CAC-40 registava a maior desvalorização, perdendo 2,79%, para 6.542,69 pontos. Em Itália, o FTSE Mib cedia 2%, para 24.081,89 pontos, e o alemão DAX caía 1,89%, para 14.187,37 pontos. O espanhol IBEX-35 recuava 1,36%, para 8.247,20 pontos. Em Portugal, o PSI estava a cair 0,62%, para 5.751,610 pontos.

No mercado cambial, o euro sobe 0,2% contra o dólar, para 1,0706 dólares, e ganha 1,16% contra a libra, para 0,8696 libras.

No mercado da dívida soberana, os juros das obrigações alemãs (bunds) a dez anos estão a subir 13,9 pontos base, para 2,07%; em França, as obrigações do Tesouro na mesma maturidade acrescentam 15 pontos base, para 2,6%. O preço das obrigações deverá continuar a cair – e as yields (taxas de juro) a subir – enquanto o BCE continuar a subir a taxa de juro diretora (o preço das obrigações move-se no sentido inverso ao das yields).

É mesmo isso que o BCE vai fazer ao longo de 2023: “Aumentámos hoje [quinta-feira] as taxas de juro em 50 pontos base e vamos continuar a fazê-lo no futuro porque a inflação ainda é muito elevada”, referiu Christine Lagarde, presidente do BCE em conferência de imprensa.

O Conselho do BCE considera “que as taxas de juro ainda terão de aumentar de forma significativa a um ritmo constante, no sentido de serem atingidos níveis que sejam suficientemente restritivos para assegurar um retorno atempado da inflação ao objetivo de 2% a médio prazo”, revela a autoridade monetária em comunicado de imprensa.

Wall Street com descidas de 2%

Nos Estados Unidos, os mercados financeiros abriram em baixa, ainda em reação ao anúncio, da Reserva Federal (Fed) de mais subidas das taxas de juro para 2023. Pelas 15 horas, o índice tecnológico Nasdaq e o índice S&P 500 cediam 2%.

O líder da Fed, Jerome Powell, admitiu que as taxas de juro vão continuar a subir em 2023, ao mesmo ritmo, apesar de a taxa de inflação em novembro, de 7,1%, ter ficado abaixo das estimativas dos investidores.

(Notícia atualizada às 15h04 com cotações das bolsas dos Estados Unidos)

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