Qatar controla organismo de transparência e integridade no desporto liderado por português
A Aliança Global pela Integridade do Desporto é controlada e financiada pelo Centro Internacional para a Segurança Desportiva, uma entidade criada pelo Qatar, segundo o "Público".
O Centro Internacional para a Segurança Desportiva (ICSS), criado e financiado pelo Qatar, controla a Aliança Global pela Integridade do Desporto (SIGA), um organismo de defesa da transparência e integridade no futebol, liderado pelo português Emanuel Medeiros, segundo noticia o Público.
O ICSS foi fundado no Qatar em março de 2011, para lidar com questões de segurança e proteção nos grandes eventos desportivos, mas alargou o seu âmbito à integridade, boa governança e transparência no desporto. Dirigido por Mohammed bin Hanzab, antigo tenente-coronel do Exército qatari, foi uma iniciativa do atual emir, o xeque Tamin bin Hamad al-Thani.
O governo do Qatar reconheceu em 2015, já perante os indícios de corrupção na atribuição do Mundial de 2022, que era responsável por “70% do orçamento do ICSS”. No mesmo dia, Mohammed bin Hanzab, aunciou a criação da Aliança Global pela Integridade do Desporto (SIGA), que seria lançada a 7 de Abril de 2016, em Madrid, Espanha, com o apoio de 50 organizações do setor do desporto.
Segundo a investigação do Público, a cúpula da ICSS controla também a SIGA. Para liderar a organização foi escolhido o português Emanuel Medeiros, responsável pelo ICSS Europa e América Latina, que é o atual CEO. Mohammed Hanzab acumulou a presidência do ICSS com a vice-presidência da SIGA, que é considera pelos detratores como uma extensão maquilhada do ICSS, para despistar ligações ao Qatar.
Emanuel Medeiros, um advogado nascido nos Açores, recusou a colagem à ICSS em declarações ao jornal. “É uma ideia aberrante”, garantiu: “A SIGA é uma frente unida, com a congregação de várias entidades provenientes de todos os espectros da indústria do desporto. Isto só por si é uma inovação, porque não há outra organização como esta.” Rejeitou também que se trate de um “instrumento para sportswashing“.
A organização reclama no seu site ser uma organização de referência mundial na defesa da integridade no desporto e diz ser financiada por quotas dos membros, patrocínios e parceiros. Os membros que pagam quotas mais elevadas são o ICSS e a Mastercard. O Governo dos Açores, a Câmara Municipal de Ponta Delgada ou o Comité Olímpico de Portugal também estão listados como membros, entre outras entidades.
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