Situação financeira das famílias afunda para níveis da crise de 2008

Há 14 anos que as famílias não se encontravam numa situação financeira em que os seus rendimentos não fossem suficientes para colmatar as despesas. Além disso, a poupança está em mínimos históricos.

No espaço de dois anos, as famílias passaram de uma situação em que os seus rendimentos eram suficientes para acomodar as suas despesas para uma situação de aflição financeira. É preciso recuar até 2008, período marcado pela crise financeira do subprime.

Se no primeiro trimestre e 2021 a média das famílias detinha uma capacidade de financiamento equivalente a 6,6% do PIB, no terceiro trimestre deste ano passaram a viver num estado de necessidade de financiamento equivalente a 0,2% do PIB, segundo revela esta sexta-feira o INE.

Há seis trimestres consecutivos que as famílias registam uma redução constante da sua capacidade financeira para fazer face às despesas familiares.

Fonte: INE. PIB = Produto Interno Bruto.

Segundo o INE, a capacidade financeira das famílias reduziu-se progressivamente desde o segundo trimestre de 2021, “na sequência da diminuição continuada da poupança bruta”, que foi “consequência do aumento de 2% do consumo privado, superior ao crescimento de 1% do rendimento disponível”, refere o comunicado do INE.

Os dados do INE mostram uma clara delapidação das poupanças das famílias nos últimos dois anos, com a poupança bruta a cair 59% entre o março de 2021 e setembro deste ano.

A queda vertiginosa da poupança bruta das famílias neste período provocou um rombo na taxa de poupança, que passou de um valor equivalente a 13,43% do rendimento disponível bruto (RDB) das famílias no final do primeiro trimestre de 2021 para 5,12% em setembro.

Atualmente, a taxa de poupança das famílias não está somente abaixo do valor até então recorde de 5,15% registado no segundo trimestre de 2018 mas no valor mais baixo desde pelo menos 1999 – período máximo da série do INE.

Fonte: INE. RDB = Rendimento Disponível Bruto.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Comentários ({{ total }})

Situação financeira das famílias afunda para níveis da crise de 2008

Respostas a {{ screenParentAuthor }} ({{ totalReplies }})

{{ noCommentsLabel }}

Ainda ninguém comentou este artigo.

Promova a discussão dando a sua opinião