Seguradoras de navios vão cancelar coberturas de guerra
Como resultado do cancelamento das resseguradoras, as seguradoras de navios já não estão em condições de garantir cobertura de riscos de guerra na Rússia, Ucrânia e Bielorrússia.
As seguradoras de navios vão cancelar a cobertura de risco de guerra na Rússia, Ucrânia e Bielorrússia, na sequência das desistências das resseguradoras, que sofreram perdas avultadas com o confronto.
As resseguradoras, que apoiam as seguradoras, renovavam, habitualmente, os contratos de 12 meses com clientes de seguros a 1 de janeiro, dando-lhes a primeira oportunidade de reduzir a exposição desde o início da guerra na Ucrânia, depois de terem sido atingidas este ano por perdas relacionadas com o conflito e com o furacão Ian na Florida.
Os grupos de P&I (protecção e indemnização) americanos, do Norte, do Reino Unido e do Oeste já não estão em condições de oferecer cobertura de risco de guerra para responsabilidades na região a partir de 1 de janeiro, afirmaram, em comunicados recentes. Estes grupos estão entre as maiores seguradoras de P&I, e cobrem cerca de 90% dos navios que navegam no oceano a nível mundial.
O grupo de P&I britânico disse, a 23 de dezembro, que a questão tinha surgido devido à falta de disponibilidade de resseguro para resseguradoras, também conhecida como retrocessão. “As resseguradoras do grupo já não conseguem assegurar o resseguro da exposição ao risco de guerra para os riscos territoriais russos, ucranianos ou bielorussos“, afirmaram.
O grupo P&I americano disse no mesmo que que tinha recebido um “aviso de cancelamento” para a região por parte das suas resseguradoras de risco de guerra e que, como resultado, estava a cancelar o seu próprio seguro.
Os navios têm normalmente um seguro de P&I que cobre créditos de responsabilidade civil de terceiros, incluindo danos e prejuízos ambientais. Apólices separadas, de casco e maquinaria, cobrem os navios contra danos físicos.
Estas decisões das seguradoras tornarão mais difícil para os armadores ou afretadores encontrar um seguro, aumentar os preços e podem significar que alguns navios naveguem sem seguro, de acordo com fontes da indústria.
Os fornecedores de resseguro e retrocessão incluem os agentes globais Hannover Re, Munich Re e Swiss Re, bem como a Lloyd’s de Londres. As empresas não responderam imediatamente aos pedidos de comentários.
A Reuters informou, no início deste mês, que uma proposta para cláusulas contratuais a ser circulada pelas resseguradoras excluía os pedidos de indemnização relacionados com a guerra, tanto para aviões como para navios na Ucrânia, Rússia e Bielorrússia.
O Governo japonês encorajou as seguradoras a assumirem riscos adicionais para continuarem a fornecer seguros de guerra marítima para carregadores de gás natural liquefeito em águas russas, disse esta semana um funcionário do ministério da indústria.
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