Pilotos da TAP pedem a Galamba que “arrume a casa rapidamente”
O sindicato dos pilotos mantém a pressão sobre a administração da TAP. Condena a compensação de 450 euros atribuída a diretores sem viatura de serviço e pede a intervenção do Governo.
O Sindicato dos Pilotos da Aviação Civil (SPAC) considera um “ato lamentável” a atribuição de uma compensação de 450 euros aos diretores da TAP que não têm viatura de serviço e pede ao novo ministro das Infraestruturas que “arrume a casa rapidamente”.
O Correio da Manhã noticiou esta segunda-feira que os diretores da companhia aérea que não têm automóvel, devido ao congelamento do contrato de renting para uma frota de viaturas BMW, recebem uma compensação de 450 euros que podem usar na plataforma Uber.
“É apenas mais um ato lamentável que se vem juntar a todos os outros já denunciados pelo SPAC”, reage o sindicato numa nota enviada às redações. “Os trabalhadores da TAP estão sujeitos a cortes de vencimento e outros subsídios, nomeadamente os de transporte, pelo que se esperava alguma uniformidade nas medidas aplicadas no âmbito das reduções de custos e do Plano de Reestruturação que ninguém conhece”, acrescenta.
A companhia aérea diz que o valor só será pago enquanto não for encontrada uma alternativa para a frota, depois de o plano para ter viaturas da marca BMW ter sido suspenso em outubro, com o Presidente da República a aconselhar “bom senso e contenção” numa empresa intervencionada pelo Estado. “Tal como já foi publicamente anunciado, a TAP está a rever a sua política interna de mobilidade, pelo que essa é uma solução transitória”, responde a transportadora aérea.
“Do ponto de vista da ética e legitimidade destas medidas, consideramos que enquanto houver trabalhadores com perda de condições, não deveria haver melhoria nas condições de outros, sem que tenha havido uma renegociação das suas condições de trabalho, tal qual está a ser imposto aos restantes trabalhadores com a denúncia dos seus acordos de empresa”, sustenta ainda o SPAC.
O sindicato deixa mesmo um apelo ao sucessor de Pedro Nuno Santos na pasta das Infraestruturas. “O senhor ministro João Galamba acabou de tomar posse mas precisa de arrumar a casa rapidamente, na defesa dos interesses da TAP, dos seus trabalhadores, do país e dos contribuintes”, escreve no comunicado.
“São processos de indemnizações com cálculos mal explicados, as mentiras à CMVM e aos trabalhadores, as contratações consecutivas e duvidosas de quadros para a companhia, as encomendas dos carros depois suspensas, a mudança de instalações”, enumera a estrutura sindical liderada por Tiago Faria Lopes, referindo-se à indemnização de 500 mil euros paga a Alexandra Reis, antiga administradora. Alega ainda que os cortes salariais “não foram aplicados à CEO e elementos da administração (enquanto os restantes trabalhadores mantêm cortes de 25%)”.
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