Tripulantes da TAP avançam com pré-aviso de greve de sete dias para o final de janeiro
A TAP pode voltar à greve no final do mês, agora por um período de sete dias, entre 25 e 31 de janeiro. Pré-aviso será entregue amanhã pelo sindicato.
Está à vista uma nova paralisação dos tripulantes de cabina da TAP. A direção do Sindicato Nacional do Pessoal de Voo da Aviação Civil (SNPVAC) vai dar entrada amanhã com um pré-aviso de greve de sete dias, entre os dias 25 e 31 de janeiro, inclusive.
A informação consta de um comunicado interno do SNPVAC e vem dar seguimento à deliberação aprovada na assembleia geral do sindicato dos tripulantes realizada a 6 de dezembro, quando foi decidida a possibilidade da “marcação de um mínimo de cinco dias de greve a realizar até 31 de janeiro em datas definidas pela direção e comunicadas aos associados 24 horas antes da entrada do pré-aviso de greve”.
O presidente da assembleia geral fez hoje saber aos associados que foi informado pela direção do sindicato que “dará amanhã [terça-feira] entrada um pré-aviso de sete dias de greve, correspondente aos dias 25 a 31 de janeiro, inclusive”. “Apelo, desde já, à adesão de todos para que, mais uma vez, possamos dar nota cabal à empresa da nossa união em torno do descontentamento relativamente às matérias abordadas e deliberadas na AG de dia 3 de novembro, que constituem as nossas reivindicações legítimas e responsáveis”, acrescenta Ricardo Andrade.
Em reação, a TAP disse que respeita e lamenta a decisão do SNPVAC e assegurou que está a fazer tudo para um acordo. “Respeitamos e lamentamos a decisão do SNPVAC e continuamos a fazer todos os possíveis para chegar a um acordo que sirva os melhores interesses do país, dos nossos clientes, dos tripulantes de cabina e da TAP”, disse fonte oficial da transportadora aérea numa nota citada pela agência Lusa.
Caso a greve não seja desconvocada, será a segunda paralisação em menos de dois meses. Os tripulantes foram para a greve a 8 e 9 de dezembro, o que não acontecia há oito anos. A TAP cancelou 360 voos e estimou, na altura, um impacto negativo de oito milhões de euros nas receitas, que só não foi superior porque a companhia procurou reagendar as passagens junto dos clientes.
A CEO, Christine Ourmières-Widener, reconheceu no final de dezembro que uma paragem por um tempo superior teria um custo ainda maior. Não tinha ainda uma estimativa, porque achava possível chegar ainda a um acordo. A 29 de dezembro, e depois de várias reuniões com a administração, o SNPVAC colocou a nova proposta da companhia à consideração dos associados, mas esta foi chumbada.
O sindicato acusa a TAP de não respeitar o Acordo Temporário de Emergência, assinado em 2021 e que prevê o corte salarial de 25% para os salários acima de 1.410 euros até ao final de 2024, e rejeita as condições propostas para o novo Acordo de Empresa.
Este é mais um fator de pressão para a gestão da TAP, fragilizada pelo caso da indemnização de 500 mil euros paga a Alexandra Reis para a administradora sair da companhia, que fez cair a secretária de Estado do Tesouro, o ministro das Infraestruturas, Pedro Nuno Santos, e o secretário de Estado das Infraestruturas, Hugo Mendes.
(notícia atualizada às 19h59 com reação da TAP)
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