TAP teve “uma das maiores receitas da sua história” em 2022, diz CEO

A presidente executiva da TAP afirma, numa mensagem aos trabalhadores, que a companhia teve no ano passado um dos melhores resultados de sempre e que tem "uma missão a concretizar".

A presidente executiva da TAP afirma numa mensagem aos trabalhadores que a companhia teve no ano passado “uma das maiores receitas da sua história”. Na missiva, a que o ECO teve acesso, acrescenta que tem “uma missão a concretizar” e pretende “construir” mais resultados positivos. Christine Ourmières-Widener é ouvida amanhã no Parlamento a propósito da indemnização de 500 mil euros paga a Alexandra Reis.

O email enviado aos colaboradores faz um balanço do ano que passou e aponta perspetivas para o futuro. A CEO lembra o “contexto particularmente difícil e adverso de 2022, em que perdurou o impacto direto da pandemia e todas as consequências políticas e económicas motivadas pelo início da guerra na Ucrânia, com reflexos imediatos em toda a indústria”.

Apesar deste “quadro tão complexo”, adianta que “a TAP teve no ano passado uma das maiores receitas da sua história, depois de, no terceiro trimestre do ano, já ter registado o seu melhor resultado trimestral de sempre”. A companhia terminou os primeiros nove meses de 2022 com um prejuízo de 91 milhões, mas conseguiu um lucro de 111 milhões entre julho e setembro. As receitas somaram 2,44 mil milhões até setembro.

A mensagem foi enviada um dia antes de Christine Ourmières-Widener ser ouvida pelos deputados da Comissão de Economia, Obras Públicas, Planeamento e Habitação, na sequência de um requerimento potestativo apresentado pelo Chega, a propósito da indemnização de 500 mil euros paga para a saída de Alexandra Reis. As polémicas das últimas semanas não são abordadas no texto.

Este é o resultado não só de uma maior procura de mercado, mas, também, de um conjunto de medidas tomadas ao longo deste primeiro ano de Plano de Reestruturação.

Christine Ourmières-Widener

CEO da TAP

A CEO salienta que a melhoria dos resultados deve-se a “uma maior procura de mercado, mas, também, de um conjunto de medidas tomadas ao longo deste primeiro ano de Plano de Reestruturação, com destaque para a otimização das receitas por voo, dos horários e frequências, do novo modelo de cobranças dinâmicas e de toda a reorganização da força comercial”. Aponta ainda uma redução de custos de 4% em relação a 2019, num contexto de inflação em “níveis históricos”.

Na mensagem reconhece que a redução da despesa resulta do “esforço” pedido a todos os trabalhadores “de redução equitativa da sua massa salarial”. Recorde-se que os colaboradores têm cortes salariais entre 20% e 25%, acima dos 1.410 euros. Aponta ainda uma poupança de 150 milhões de euros com a renegociação de contratos com fornecedores.

CEO promete “recompensar trabalhadores”

Christine Ourmières-Widener diz que a companhia fez um “investimento” de 48 milhões de euros no alívio dos cortes salariais, graças aos objetivos já alcançados. E garante que não vai ficar por aqui. “Estamos neste momento a trabalhar em soluções que nos permitam recompensar os trabalhadores por todos os esforços desenvolvidos e que permitam também mitigar o impacto da subida da inflação e que oportunamente serão partilhadas em primeira mão com os representantes dos trabalhadores”, escreve a CEO.

A administração já aceitou reduzir os cortes salariais de 25% para 20% e subir para 1.520 euros o salário isento de cortes, conforme noticiou o ECO. A gestora deixa o compromisso de abertura a um “diálogo franco, aberto e construtivo”.

“O trabalho que estamos a fazer, todos juntos, está a produzir efeitos positivos, no caminho para uma TAP sustentável e lucrativa até 2025, conforme o rumo que definimos neste contexto de enormes incertezas”, sublinha logo no início do texto a responsável.

Há um plano a cumprir, uma missão a concretizar, mais resultados positivos a construir, há trabalho a ser feito todos os dias.

Christine Ourmières-Widener

CEO da TAP

Mais a baixo escreve que a companhia está “a concretizar o maior plano de transformação da sua história” e que este será “um ano decisivo”. Numa altura em que quer sindicatos quer partidos políticos questionam a continuidade da administração, Christine Ourmières-Widener não dá sinais de querer sair, bem pelo contrário.

Há um plano a cumprir, uma missão a concretizar, mais resultados positivos a construir, há trabalho a ser feito todos os dias e estamos certos de que há uma firme ambição de corrigir e melhorar constantemente e de fazer o tanto que ainda faz falta para termos uma TAP mais sustentável e lucrativa”, escreve a CEO. “Se 2022 foi o ano da ultrapassagem do Cabo das Tormentas, que 2023 seja o início do caminho rumo ao Cabo da Boa Esperança”, termina.

(notícia atualizada às 19h10)

 

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