Governo do Peru fecha atração turística de Machu Picchu
Pelo menos 400 turistas, incluindo 300 estrangeiros, estão retidos perto da atração turística, em Aguas Calientes.
O Peru fechou a atração turística de Machu Picchu, uma cidadela inca, devido à crise que assola o país desde dezembro, anunciou hoje o Governo.
Em comunicado, o Ministério da Cultura justifica o encerramento dos trilhos incas e da cidadela, construída no século XV, com “a situação social” e para “preservar a integridade dos visitantes”. A via férrea, meio de chegar ao local, está cortada há vários dias devido a danos provocados por manifestantes.
Pelo menos 400 turistas, incluindo 300 estrangeiros, estão retidos perto da atração turística, em Aguas Calientes. Outros decidiram, em alternativa, caminhar várias horas até Piscacucho, aldeia mais próxima de Machu Picchu ligada à rede viária.
O Peru tem assistido desde dezembro a violentos protestos depois de a Presidente Dina Boluarte (ex-vice-Presidente) ter assumido a chefia do Estado na sequência da destituição pelo Congresso do então Presidente, Pedro Castillo, acusado de tentar executar um golpe de Estado ao anunciar a dissolução deste órgão. Os protestos já provocaram pelo menos 59 mortos e centenas de feridos desde 07 de dezembro.
UE condena uso desproporcional de força das autoridades peruanas contra manifestantes
O chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell, condenou hoje o “uso desproporcional de força” pelas autoridades do Peru em resposta aos protestos contra a Presidente Dina Boluarte. Nas últimas horas, foram confirmadas 50 mortes nos distúrbios.
“O protesto social pacífico, que respeita o Estado de direito, é legítimo numa sociedade democrática. A União Europeia reitera a sua condenação a atos generalizados de violência, bem como o uso desproporcional de força pelas autoridades de segurança”, apontou, em comunicado. Bruxelas espera que as instituições nacionais investiguem e julguem os “responsáveis pelos abusos ou violações dos Direitos Humanos”.
A União Europeia defendeu ainda que as crises sociais e políticas devem ser enfrentadas com “total respeito pela ordem constitucional, pelo Estado de direito e pelos direitos humanos”. No mesmo documento, Bruxelas exortou o Governo e “todos os atores políticos a adotar medidas urgentes para restabelecer a calma e garantir um diálogo inclusivo”.
As mobilizações no Peru vão prosseguir para exigir a demissão da Presidente Dina Boluarte, indicaram, esta sexta-feira, dirigentes e ativistas envolvidos nos protestos, um dia após uma grande manifestação e confrontos em Lima e em outras regiões do país. “A luta vai prosseguir em todas as regiões até à demissão de Boluarte e à satisfação das nossas reivindicações, eleições este ano e um referendo para uma Assembleia constituinte”, disse à agência noticiosa AFP Gerónimo López, secretário-geral da Confederação geral dos trabalhadores do Peru (CGTP).
Os protestos começaram após a destituição e detenção do então Presidente peruano Pedro Castillo (de esquerda), acusado de ter tentado um “golpe de Estado” ao pretender dissolver o parlamento que se preparava para o destituir.
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