Igreja vai fazer “análise microscópica” ao custo do altar
Bispo auxiliar de Lisboa nota que nunca houve em Portugal "um acontecimento" como a Jornada da Juventude e que, da parte da Igreja, o orçamento já passa dos 80 milhões de euros.
A Igreja vai reunir-se “nos próximos dias” com as “equipas responsáveis” pelo projeto do altar-palco da Jornada da Juventude, com o objetivo de “saber qual a razão” para esta estrutura custar mais de cinco milhões de euros, disse esta quinta-feira o bispo auxiliar de Lisboa, afirmando que este número “magoa”, numa altura em que se vivem “tempos de dificuldade”.
“A primeira coisa que vamos fazer nos próximos dias com as equipas responsáveis do projeto é sentarmo-nos e fazermos uma análise microscópica para saber qual a razão deste valor”, disse Américo Aguiar, em conferência de imprensa, referindo ter tido conhecimento do custo do altar-palco pela comunicação social. “Não sabia, nem tinha de saber” dos mais de cinco milhões de euros orçamentados, apontou.
O bispo auxiliar de Lisboa pediu aos portugueses que “deem o benefício da dúvida”, agradecendo, ao mesmo tempo, pelo “escrutínio” que tem havido quanto ao custo desta obra. Contudo, afirmou: “Hoje faria diferente” e que “a Santa Fé ainda não aprovou a 100%” o orçamento da obra.
Américo Aguiar notou que os mais de cinco milhões de euros se tratam de um “número que magoa”. “O anúncio há dias do ajuste direto da obra [à Mota-Engil] confesso que foi um número que me magoou e que magoou a todos. Porque vivemos um tempo em que todos sentimos a dificuldade e a Igreja vive o dia-a-dia das comunidades e das famílias”, notou.
Admitindo que a Jornada possa contar com mais de um milhão de participantes, o bispo adiantou que nunca houve em Portugal “um acontecimento” como este. “Nem juntando a Web Summit, nem festivais de verão. Nada disso tem comparação com a Jornada, na sua dimensão, escala e nas suas exigências logísticas”, detalhou, reforçando que o orçamento por parte da Igreja “já passou os 80 milhões de euros”.
“A Igreja assume a responsabilidade disto tudo e, no fim, assumirá os prejuízos. Os lucros que, porventura, existam da Fundação JMJ [Jornadas Mundiais da Juventude] serão entregues a projetos que envolvam a juventude das Câmaras de Loures e de Lisboa”, afirmou.
A primeira fase já ultrapassou os 420 mil jovens inscritos, embora ainda não tenham pago. “Isto em linha com as outras jornadas é muito positivo. Os que pagaram ainda é muito pouquinho, estamos a falar de 10%”, explicou Américo Aguiar.
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