Crédito às famílias dispara para máximos da última década
No final do ano passado, o crédito concedido às famílias superou a barreira dos 121 mil milhões de euros pela primeira vez desde abril de 2013.
No ano passado, os bancos concederam 121.059 milhões de euros em crédito às famílias, mais 4,24% do que em 2021, segundo dados do Banco de Portugal divulgados esta sexta-feira.
Foi a primeira vez desde abril de 2013 que a barreira dos 121 mil milhões foi superada e foi também o maior aumento anual desde 2009, quando o crédito a particulares subiu 4,71%.
A maioria do crédito concedido às famílias no ano passado foi para a compra de casa: por cada 100 euros de financiamento bancário, 83 euros tiveram como destino a compra de habitação.
No entanto, desde 2014 que o crédito ao consumo tem vindo a pesar cada vez mais no orçamento familiar: se em dezembro era responsável por cerca de 17% do volume total do crédito das famílias, em 2014 representava pouco mais que 10%.
É preciso recuar até dezembro de 1997 para se encontrar um número da mesma grandeza do registado no final do ano passado. Há 25 anos, o crédito ao consumo representava 17,2% do crédito total concedido pelos bancos às famílias.
Crédito às famílias
Fonte: Banco de Portugal.
Mas não foram só as famílias a recorrerem ao crédito bancário em 2022. Os bancos também se mostraram disponíveis em emprestar dinheiro às empresas, concedendo mais de 75 mil milhões de euros em crédito ao tecido empresarial. Tratou-se de um montante muito próximo ao registado no ano anterior (-0,34%).
De acordo com o Banco de Portugal, desde o início de 2021 que o crescimento dos empréstimos às empresas tem vindo a abrandar e em 2022 “apenas os empréstimos concedidos às microempresas apresentaram um ritmo relativamente constante.”
Em dezembro de 2022, o setor bancário detinha nos seus balanços mais de 196,4 mil milhões de euros em crédito a empresas e famílias, um montante superior a 2,4% ao contabilizado em 2021 e próximo da riqueza gerada anualmente em Portugal. No entanto, longe dos rácios
Nível de endividamento de empresas e famílias
Fonte: Banco de Portugal e Pordata.
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