Sismo na Turquia e Síria faz mais de 23.700 mortos. Já foi ultrapassado o número de vítimas mortais do sismo de 1999 na Turquia

  • Lusa e ECO
  • 10 Fevereiro 2023

Com o último balanço de vítima mortas na Turquia, foi ultrapassada a fasquia de 18 mil mortos registados no sismo que abalou o país em 1999. EUA suspendem sanções à Síria durante 180 dias.

Pelo menos 23.700 pessoas morreram – 20.213 na Turquia e 3.500 na Síria – na sequência dos sismos ocorridos no sul da Turquia na segunda-feira, revelam os últimos balanços oficiais desta sexta-feira. Foi assim ultrapassada a fasquia de 18 mil mortos registados no sismo que abalou a Turquia em 1999.

O sismo mais violento a dizimar o país ocorreu em 1939, com uma magnitude de 7,8 da escala de Rischter – idêntico ao desta segunda-feira, embora tenha havido um segundo poucas horas depois com uma magnitude de 7,6 a quatro quilómetro do epicentro – que se estima ter provocado a morte a 32 mil pessoas.

Um adolescente de 17 anos foi retirado ileso esta madrugada, após 94 horas preso nos escombros de um prédio desabado na cidade turca de Gaziantep. Quatro horas antes as equipas de emergência da Turquia também conseguiram resgatar pai e filha de cinco anos, na cidade de Odabasi. Embora os especialistas defendam que é possível sobreviver durante uma semana ou mais sob os escombros dos milhares de edifícios destruídos, as esperanças de encontrar pessoas ainda com vida em temperaturas negativas estão a diminuir.

As autoridades turcas referiram que mais de 120 mil equipas de socorro estão a participar nos esforços de resgate, com mais de 5.500 veículos, e a ajuda de 95 países, incluindo Portugal e Brasil.

Os Estados Unidos anunciaram que vão fornecer ajuda no valor de 85 milhões de dólares (cerca de 79 milhões de euros) à Turquia e Síria. Em comunicado a Agência dos EUA para o Desenvolvimento Internacional (USAID) destacou que o financiamento será disponibilizado a parceiros no terreno “para fornecer assistência urgentemente necessária a milhões de pessoas”, incluindo alimentos e assistência médica). A ajuda também deve auxiliar no abastecimento de água potável e prevenção da propagação de doenças, acrescentou esta agência.

Ao final da noite, avança o The Guardian, os EUA anunciaram uma suspensão de 180 dias nas sanções à Síria relacionadas com os sismos, de forma a acelerar a entrega de ajuda humanitária às áreas afetadas.

Também o Banco Mundial anunciou que disponibilizará uma ajuda de 1,65 mil milhões de euros à Turquia que, em primeiro lugar, permitirá ajudar as equipas de socorro, mas também visar as necessidades em termos de reconstrução. “Vamos fornecer uma ajuda imediata e estamos a preparar uma avaliação rápida das necessidades urgentes e maciças no terreno”, indicou o presidente do Banco Mundial, David Malpass, citado em comunicado.

O Governo de Recep Tayyip Erdogan, que visitou as cidades afetadas nos últimos dois dias, tem sido alvo de críticas sobre uma alegada resposta lenta à tragédia, num momento em que o Presidente turco preparava a corrida à reeleição em 14 de maio.

A Organização Mundial de Saúde estima que 23 milhões de pessoas estão “potencialmente expostas, incluindo cerca de cinco milhões de pessoas vulneráveis” e teme uma grande crise de sanitária, capaz de causar ainda mais danos do que o terramoto.

As organizações humanitárias estão particularmente preocupadas com a propagação da epidemia de cólera, que reapareceu na Síria.

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