Empresas estrangeiras estão a juntar-se a consórcios já formados para comprar Efacec

Os sete interessados na Efacec não são empresas individuais, mas antes consórcios cuja configuração ainda está em mutação. Há empresas estrangeiras a juntarem-se a estes consórcios.

O ministro da Economia anunciou esta quinta-feira no Parlamento que a Efacec continua a despertar o interesse de empresas estrangeiras. Os sete consórcios na corrida têm até segunda-feira para entregar as suas propostas vinculativas, mas até lá a sua composição tem vindo a mudar precisamente para acomodar o interesse de outras empresas em participar no processo de reprivatização da empresa tecnológica que dá emprego a cerca de duas mil pessoas, apurou o ECO.

A Parpública anunciou a 6 de dezembro que recebeu propostas válidas de oito candidatos nacionais e estrangeiros. Mas devido a um problema técnico relacionado com endereços eletrónicos, a Parpública acabou por aceitar um nono candidato, que também tinha entregue a sua proposta em tempo útil, o que significa que a lista final era de nove candidatos. Este leque acabou por ficar reduzido a sete, como anunciou o próprio ministro da Economia em conferência de imprensa a 30 de dezembro. “Há sete companhias interessadas: quatro nacionais e três internacionais”, disse António Costa Silva.

Estes interessados não são empresas individuais mas consórcios, cuja configuração ainda está em mutação como o ministro da Economia acabou por revelar ao dizer que continua a “receber propostas de interesse na empresa”, nomeadamente de companhias internacionais. O objetivo “é assegurar competitividade do processo até ao fim”, diz Costa Silva.

É neste processo de reorganização dos consórcios que a Mota-Engil também deverá ir a jogo, apesar de o novo CEO ter dado a entender que iam desistir. Em entrevista ao Jornal de Negócios, Carlos Mota dos Santos questionado se iria apresentar proposta vinculativa à compra da Efacec disse “provavelmente não”, mas o ECO sabe que as negociações estão bem encaminhadas e tudo aponta para que o venha a fazer.

Numa crítica velada ao seu antecessor, Pedro Siza Vieira, o ministro frisou que o “maior erro” num processo deste tipo “é deixar que haja apenas uma empresa que pense que vai ser ela que vai ter o objetivo final”. Algo que aconteceu na primeira tentativa de privatizar a Efacec. No início do processo apareceram 47 potenciais candidatos, que se transformaram em 27 letters of interest, mas só 24 assinaram acordos de confidencialidade. Depois, dez apresentaram propostas não vinculativas, mas duas empresas, a DST e a Sodécia, apresentaram propostas vinculativas. O Governo abriu uma terceira fase, para a chamada Best and Final Offer (BAFO), e só a DST se apresentou. O grupo liderado por José Teixeira acabou a negociar sozinho, sem concorrência, e após meses de negociação acabou por desistir.

“Espero que a transação desta empresa seja levada a bom porto. Temos de assegurar a competitividade do processo de venda até ao fim. É vital“, disse Costa Silva aos deputados, aproveitando para tecer um elogio rasgado à competência de Jaime Andrez, o presidente da Parpública, que está a conduzir este processo de privatização. Um elogio que se reveste de especial importância tendo em conta os vários gestores de topo sob a tutela da Economia que têm vindo a ser afastados. A demissão da presidente da ANI foi o caso mais recente e que acabou ser chamada ao debate, logo de início, pelas mãos da bancada do PSD.

António Costa Silva foi ainda muito claro ao reiterar que “o Governo não é um bom acionista para a Efacec”. Admitindo que “até aqui a situação não foi muito clara”, o ministro da Economia frisou que “o acionista da Efacec tem de estar sintonizado com o que se passa nos mercados internacionais, acompanhar e definir um plano estratégico e não pôr a empresa a trabalhar em múltiplas áreas e tabuleiros”.

Já quanto às injeções que o Estado ainda terá de fazer na Efacec, o responsável garante que serão “muito limitadas” se a empresa for privatizada dentro de um mês ou dois. “Acredito que se completarmos o processo dentro de um mês ou dois, as injeções que temos de fazer na empresa, sobretudo ao nível da tesouraria, vão ser muito limitadas”. António Costa Silva reiterou que “nesta altura cifram-se em cerca de 165 milhões de euros, entre as injeções de capital para a tesouraria e as garantias que foram dadas”, os encargos que o Estado já suportou com a Efacec – aos 115 milhões em garantias somam-se 50 milhões em injeções.

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