Efacec recebeu dez propostas para comprar posição de Isabel dos Santos

O prazo limite para a entrega de propostas para a aquisição da participação de 67,2% de Isabel dos Santos na Efacec terminava esta sexta-feira. São dez os interessados em ficar com a posição.

São dez os interessados em comprar os 67,2% que Isabel dos Santos detém na Efacec e que apresentaram esta sexta-feira, no último dia do prazo, propostas não vinculativas para ficar com a posição da filha do ex-Presidente angolano, José Eduardo dos Santos, confirmou o ECO junto da empresa. O ECO sabe que a portuguesa Sodécia e o fundo de investimento Alpac estão entre as entidades que apresentaram propostas.

Na sequência das revelações do Luanda Leaks, a empresária decidiu sair do capital da Efacec, uma decisão que também tomou em relação ao EuroBic. Desde então houve várias manifestações de interesse (cerca de 30), mas o leque de interessados ficou reduzido a dez, no final do prazo.

“Foram entregues hoje, cerca de uma dezena de propostas não vinculativas (“non-binding”) à Stormharbour, SL, entidade responsável por assessorar o processo de alteração da estrutura acionista da Efacec Power Solutions”, confirma a empresa em comunicado enviado às redações. “À semelhança das entidades que manifestaram interesse no processo, as propostas não vinculativas foram apresentadas por entidades/investidores com diferentes perfis, nomeadamente grupos industriais e fundos de investimento, quer nacionais, como internacionais“, acrescenta o mesmo comunicado.

Isabel dos Santos comprou a sua posição na Efacec em 2015, aos grupos José de Mello e Têxtil Manuel Gonçalves que ainda continuem a ser acionistas. Pagou 195 milhões de euros, um negócio conseguido com recurso a financiamentos bancários por parte da Winterfell2 (120 milhões) e da Winterfell industries (40 milhões), bem como de capitais próprios da própria empresária angolana, no montante de 35 milhões. Os créditos foram concedidos através de três sindicatos bancários (dois com participação do BCP, Novo Banco e CGD e um com a participação do BCP e Novo Banco, e em três contratos bilaterais com Banco Montepio, BPI, e um com a instituição de crédito angolana Banco Bic).

A Efacec está em dificuldades no acesso a financiamento, confirmou em entrevista à Rádio Observador (acesso livre), o presidente executivo Ângelo Ramalho. A saída de Isabel dos Santos — constituída arguida pela Procuradoria-Geral da República de Angola por má gestão e desvio de fundos da companhia petrolífera estatal Sonangol — poderá ajudar a empresa a regressar à normalidade e só a apresentação destas propostas não vinculativas poderá ajudar a facilitar um acordo com os bancos, como avançou esta sexta-feira o Jornal Económico (acesso pago).

As dificuldades em que a empresa se encontra levaram a administração a decidir prolongar o regime de lay-off para os trabalhadores por um quarto mês.

Para o conselho de administração da Efacec o conjunto de propostas recebidas “evidencia o valor económico e estratégico” da empresa “no panorama nacional e internacional, nos setores da energia, mobilidade e ambiente”. Agora segue-se “o processo de diálogo necessário entre todos os stakeholders relevantes para a prossecução do processo de alteração acionista”, conclui o mesmo comunicado.

(Notícia atualizada às 21h12)

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