Abate de pinhal desbloqueia construção de área empresarial em Cerveira
O corte dos pinheiros-bravos, situados nos 25 mil metros quadrados da área empresarial, vai permitir a conclusão da obra de 1,3 milhões de euros.
A construção da área empresarial de Sapardos, em Vila Nova de Cerveira, atualmente parada, vai avançar na próxima semana, após o abate de um pinhal que impedia a conclusão da obra de 1,3 milhões de euros.
Em declarações à agência Lusa, o presidente da Câmara de Vila Nova de Cerveira, Rui Teixeira, explicou que o corte dos pinheiros-bravos, situados nos 25 mil metros quadrados da Área de Acolhimento Empresarial (AAE) de Sapardos vai ser efetuado pelo Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF).
“O corte não pode ser feito nem pelo município, nem pela empresa que está a fazer a obra. Tem de ser feito através do ICNF (…) A diretora regional do Norte do ICNF, Sandra Sarmento, predispôs-se a resolver o problema ainda esta semana. Na próxima semana poderão efetuar o corte, e poderemos continuar a desenvolver o projeto que, neste momento, está parado”, explicou o autarca socialista daquele concelho do distrito de Viana do Castelo.
Rui Teixeira, que na quarta-feira visitou o local acompanhado pela diretora regional do Norte do ICNF, adiantou que a AAE de Sapardos começou a ser construída em outubro de 2022 e estimou que agora, com a resolução “deste impasse” garantida pela responsável do ICNF, a infraestrutura estará concluída para junho. O autarca destacou a “urgência do corte das árvores” para o “cumprimento dos prazos da candidatura que o município fez para a construção da AAE de Sapardos, que terá 10 lotes.
A obra, num investimento de 1,3 milhões de euros, é financiada pelo Feder em 750 mil euros. “Há empresas que já demonstraram interesse [em instalar-se na AAE], estão apenas a aguardar a hasta pública [dos lotes no terreno] que ainda não podemos fazer. Há interesse de empresas de fora, quer uma empresa de Vila Nova de Cerveira que pretende alargar a sua atividade”, especificou Rui Teixeira.
A formalização do registo de propriedade da Casa Florestal de Cabaninhas, em Covas, para ser transformada em Centro de Observação e Valorização Ambiental e Sociocultural foi outro dos assuntos “desbloqueados” pela responsável do ICNF.
Apesar de o município de Vila Nova de Cerveira “ter aceitado o património devoluto do Estado aquando da transferência de competências, é necessário formalizar o processo junto da tutela, ou optar por um protocolo com o ICNF, que será a via mais célere para se avançar com a criação do Centro de Observação e Valorização Ambiental e Sociocultural”.
“Com o protocolo a celebrar com o ICNF vamos poder agilizar o projeto. O acordo prevê que a posse do edifício seja atribuída ao município durante 25 anos”. Rui Teixeira explicou que a autarquia “pretende investir 300 mil euros para recuperar a casa e implementar um projeto de valorização pedagógica e social de interpretação de toda a realidade histórica do Couço do Monte Furado, da Freguesia de Covas e da Serra D’ Arga.
“Neste momento, a empreitada está contratada e com possibilidade de iniciar a curto prazo, mas carece da resolução do registo de propriedade, para o qual a representante do ICNF ficou de encetar alguns contactos”, explicou. Durante a visita, a diretora regional do Norte do ICNF, Sandra Sarmento, contactou com “os representantes das Unidades de Baldios de Sapardos, Mentrestido, e Covas, conheceu os trabalhos de gestão e valorização florestal já executados, e delineou estratégias de beneficiação futura”.
Entre “as preocupações locais manifestadas pelos representantes das Unidades de Baldios está o resultado do corte fitossanitário provocado pelos escolitídeos, um grupo de diversas espécies de pequenos insetos que atacam as resinosas, em consequência dos fogos que circundaram toda a mancha florestal existente nas unidades de baldio de Covas, Gondar e Mentrestido”.
“Foram planeadas ações futuras para estas áreas, com cerca de 200 hectares, nomeadamente a execução de projetos e submissão de candidaturas para a reflorestação, manutenção das galerias ripícolas, rede viária e rede divisional florestal, ficando salvaguardado o apoio direto ou financiado do ICNF”, adiantou.
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