INE confirma. Portugal cresceu 6,7% em 2022
A economia portuguesa avançou 3,2% nos últimos três meses de 2022, uma ligeira revisão em alta face às estimativas provisórias do INE.
Portugal cresceu 6,7% em 2022, segundo os dados revelados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) esta terça-feira. O gabinete de estatística nacional confirma assim as estimativas provisórias que tinha feito para a economia portuguesa. No último trimestre do ano, o Produto Interno Bruto (PIB), em termos reais, registou uma variação homóloga de 3,2%, número que foi ligeiramente revisto em alta.
“O contributo da procura interna para a variação homóloga do PIB diminuiu no quarto trimestre, passando de 3,2 pontos percentuais (p.p.) no terceiro trimestre, para 1,9 p.p., verificando-se um crescimento menos acentuado do consumo privado e uma diminuição do investimento”, indica o INE.
A tendência também se verificou no exterior, sendo que o “contributo positivo da procura externa líquida para a variação homóloga do PIB também diminuiu, para 1,3 p.p. (1,6 p.p. no trimestre anterior), traduzindo a desaceleração das Exportações de Bens e Serviços, em volume, mais intensa
que a das Importações de Bens e Serviços”.
Já o crescimento do PIB no último trimestre foi revisto em alta, de 3,1% para 3,2%, devido à incorporação de nova informação pelo INE. No entanto, as revisões acabaram por não afetar o resultado anual.
Olhando para o conjunto do ano 2022, confirma-se então o crescimento de 6,7% do PIB em volume, o mais elevado desde 1987. A procura interna ajudou a impulsionar a economia, apesar do contributo ter sido inferior ao do ano anterior, com uma desaceleração do investimento. Já o contributo da procura externa líquida “passou a positivo em 2022”.
Mesmo assim, registou-se uma perda dos termos de troca em termos homólogos, no contexto internacional de elevada inflação. Em termos trimestrais, foi o sétimo trimestre consecutivo de perda neste indicador, que mede a relação entre o valor das importações e o valor das exportações.
No que diz respeito ao consumo privado, que acelerou ao crescer 5,7% em termos reais, é de destacar a recuperação da componente automóvel, após taxas negativas nos três anos anteriores. Por outro lado, o consumo público desacelerou em termos reais, registando uma taxa de variação de 2,4%. Já o investimento “aumentou 2,7% em termos reais em 2022, abrandando significativamente de 10,1% registado no ano anterior”.
O INE indica ainda que, em termos nominais, o PIB aumentou 11,5% em 2022, atingindo cerca de 239 mil milhões de euros.
Os dados estatísticos incluem também informação sobre o mercado de trabalho: “Em 2022, o emprego para o conjunto dos ramos de atividade (medido em número de indivíduos) registou um crescimento de 2,0%, após um aumento de 1,9% no ano anterior”. O emprego remunerado também aumentou.
Tendo em conta os indicadores do emprego e horas trabalhadas, é possível verificar que no ano passado, “a produtividade medida pelo rácio entre o PIB em volume e o número de pessoas empregadas aumentou 4,0% (2,9% em 2021), enquanto medida pelo rácio entre o PIB em volume e o número de horas trabalhadas passou de um crescimento de 1,7% em 2021 para 3,1% em 2022″.
Em termos trimestrais, a produtividade desacelerou nos últimos três meses do ano para 2,8% em termos homólogos, menos 0,6 p.p. que no trimestre anterior.
(Notícia atualizada às 11h55)
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