RH rumo à sustentabilidade: a certificação ESG como um trunfo para atrair talento

  • Antonio Loureiro
  • 2 Março 2023

O departamento de recursos humanos deve garantir que as empresas estão na vanguarda da agenda ESG, a fim de atrair e reter os melhores profissionais.

Mais do que nunca, candidatos e colaboradores estão interessados ​no compromisso de uma empresa com o meio-ambiente, a sua equipa e na condução de negócios de maneira ética e sustentável. O departamento de recursos humanos deve garantir que as empresas estão na vanguarda da agenda ESG, a fim de atrair e reter os melhores profissionais.

Para os mais distraídos, a certificação Environmental, Social and Governance está em alta para as empresas que querem comprometer-se com a sustentabilidade e o impacto ético dos seus negócios. A certificação ajuda as empresas a cumprir regulamentações não só ambientais, mas também sociais, e desenvolve práticas que promovem a eficiência e reduzem custos operacionais.

É verdade, a certificação ESG é um ótimo método para desenvolver e manter uma boa reputação perante stakeholders, mas não só. A sustentabilidade vai muito mais além do que utilizar palhinhas de papel, está nas decisões de hoje que impactam o amanhã. E, isto aplica-se nas empresas de todas as dimensões e de vários setores.

Com a concorrência na procura de talento cada vez mais feroz e as exigências da sociedade, e do próprio mercado, os profissionais de RH podem desempenhar um papel crítico na formação e entrega da estratégia ESG das suas empresas. E porque é tão relevante?

Comecemos pelo primeiro ponto. O foco ambiental é cada vez mais importante para os profissionais, especialmente entre as gerações mais jovens. A certificação ESG avalia as ações das empresas que tentam minimizar a sua pegada ambiental, tais como o uso de fontes de energia renováveis e práticas de reciclagem. Atualmente, os colaboradores procuram empresas que compartilhem valores e princípios semelhantes aos seus, incluindo o empenho na preservação do meio ambiente.

Já o foco social é o que mais pode influenciar a captação e retenção de talento, pois baseia-se na postura da empresa como um ator socialmente consciente. O foco social da certificação ESG assenta na dedicação da empresa à diversidade e igualdade de género, à erradicação da “escravidão contemporânea”, à atenção aos direitos e saúde mental dos colaboradores e ao seu compromisso com a responsabilidade social.

A remuneração justa é um aspeto importante da certificação, especialmente com a crescente exigência de transparência sobre as disparidades salariais de género. Adicionalmente, a pandemia levantou o véu sobre a importância da saúde mental. É fundamental que as empresas criem ambientes de trabalho saudáveis e bem estruturados, e que promovam o bem-estar dos colaboradores.

A certificação ESG foca-se em estabelecer e fortalecer uma cultura corporativa positiva. A experiência diz-me que estes são pontos que colaboradores e candidatos consideram fundamental nos departamentos das empresas: diversidade, equidade e inclusão.

Por fim, o terceiro ponto. Uma estrutura de governança sólida e ética pode atrair profissionais que valorizam uma cultura organizacional responsável e justa. A diversidade nos conselhos de administração, práticas responsáveis ​de remuneração e contratação de gestores, podem garantir a equidade e oportunidades para todos os colaboradores. Um comportamento cada
vez mais valorizado.

A verdade é que quando existir indecisão e os salários e benefícios forem equivalentes, o fator decisivo poderá mesmo ser o compromisso que a empresa tem com o futuro no mundo em que vivemos. Cada vez mais os profissionais valorizam esta “onda verde” e as questões éticas, na hora de escolher os seus futuros empregadores.

Num mundo perfeito não seria necessário tantas certificações e exigências, mas foi para aqui que caminhámos. Acredito que ainda estamos a tempo. A certificação ESG demonstra que as empresas estão comprometidas com práticas sustentáveis e responsáveis, mas também com a responsabilidade social. Para a atração e retenção talento, torna-se um importante trunfo. Quem não gosta de fazer parte de uma empresa que realmente se importa?

  • Antonio Loureiro
  • CEO da Conquest One

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