Campos Fernandes acusa Governo de “impulso ideológico” ao acabar com PPP no Hospital Beatriz Ângelo

Ex-ministro socialista acusa o Governo de "irresponsabilidade política" e de "impulso ideológico" na gestão do Hospital Beatriz Ângelo, avisando que a reversão da PPP tem custos económicos e sociais.

O antigo ministro da Saúde Adalberto Campos Fernandes acusa o Governo de “irresponsabilidade política” e de “impulso ideológico” na gestão do Hospital Beatriz Ângelo, em Loures, sublinhando, numa referência indireta, que o fim da parceria público-privada (PPP) nesta unidade hospitalar tem “custos económicos” e ” efeitos sociais injustos”.

A irresponsabilidade em política para além de custos económicos tem efeitos sociais injustos. Decidir sem ter em conta a evidência, sem ponderação e apenas por impulso ideológico para agrado do fundamentalismo radical prejudica o interesse público“, apontou o antigo ministro socialista que comandou a área da Saúde entre 2015 e 2018, num post publicado no Facebook na quarta-feira, em reação às declarações do presidente da Câmara de Loures, que admitiu um regresso ao modelo PPP no Hospital Beatriz Ângelo, em Loures.

“As políticas de saúde têm implicações de médio e longo prazo não sendo compatíveis com “nuances” nem estados de alma conjunturais”, afirma ainda o ex-governante. Depois de Ricardo Leão, Adalberto Campos Fernandes junta-se assim ao leque de socialistas a admitirem um regresso deste modelo de gestão no Hospital Beatriz Ângelo, que terminou em janeiro de 2022.

O Hospital Beatriz Ângelo voltou ao centro da discussão na sequência da demissão em bloco dos chefes de urgência desta unidade hospitalar. Na carta dirigida ao Conselho de Administração, os 11 responsáveis apontam que este hospital “vive os piores momentos da sua história e vê-se a não cumprir o seu maior objetivo”, que é “a prestação de cuidados de excelência ao doente”.

Horas depois, a própria administração reconheceu que a unidade hospitalar vive um período “difícil” com “escassez” de médicos, mas garante que “as carências estão identificadas e têm vindo a ser trabalhadas” com a Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo e com a direção executiva do SNS.

Desde a passada quarta-feira, que a urgência pediátrica deste hospital está encerrada à noite, entre as 21h e as 9h, bem como durante todo o dia aos fins de semana, devido à falta de médicos para assegurarem as escalas. Para colmatar esta situação, a direção executiva designou centros hospitalares alternativos. Assim, aos fins de semana durante o dia, a assistência será assegurada pelo Centro Hospitalar Universitário Lisboa Norte (que inclui o Hospital Santa Maria), Centro Hospitalar Universitário Lisboa Central (que inclui o Hospital Dona Estefânia e o Hospital São José), e o Centro Hospitalar Lisboa Ocidental (que inclui o Hospital São Francisco Xavier). Já durante o período noturno (das 21h às 9h), as urgências para crianças e adolescentes serão asseguradas pelo Centro Hospitalar Universitário Lisboa Norte e pelo Centro Hospitalar Universitário Lisboa Central.

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