Fórum para a Competitividade preocupado com impacto do abrandamento económico no emprego

  • Lusa
  • 2 Março 2023

Taxa de desemprego subiu de 6,8% em dezembro para 7,1% em janeiro. Fórum nota que este valor "é superior a todas as expectativas para a taxa de desemprego para o conjunto de 2023".

O Fórum para a Competitividade considera “preocupante” o “efeito mais forte do que o esperado” do abrandamento económico no emprego, sublinhando que a subida da taxa de desemprego para 7,1% em janeiro supera “todas as expectativas” para 2023.

Face à subida da taxa de desemprego de 6,8% em dezembro para 7,1% em janeiro, o Fórum nota que “este valor acima dos 7% é superior a todas as expectativas para a taxa de desemprego para o conjunto de 2023 e também ultrapassa o intervalo estimado para a taxa natural de desemprego, entre 6% e 7%”.

Na sua Nota de Conjuntura relativa ao mês de fevereiro, o organismo considera que, neste contexto, se estará nos próximos trimestres “perante efeitos contraditórios: por um lado, a economia não deverá abrandar tanto, mas, por outro, o abrandamento registado está a ter um efeito mais forte no emprego do que o esperado. Para já, parece prevalecer o segundo efeito, o que é preocupante”.

Apesar de o enquadramento externo estar “a melhorar”, o Fórum para a Competitividade destaca que “permanece fraco e com riscos significativos, o mais incerto dos quais terá, porventura, a ver com os desenvolvimentos da guerra na Ucrânia”.

Assim, sustenta, “em geral, mantém-se a expectativa de que o crescimento em 2023 seja cerca de metade do potencial ou normal”. Relativamente à recuperação do consumo privado no primeiro trimestre deste ano, “sugerida pelos indicadores já conhecidos” e que se segue à contração de 0,5% no quarto trimestre de 2022, o Fórum diz indiciar que “o menor pessimismo está a aliviar as famílias, que estarão a aumentar as suas despesas com base numa redução da poupança”.

Contudo, alerta, este aumento do consumo “baseado na queda da poupança” é um “movimento […] que não é sustentável”. Relativamente ao investimento, o Fórum para a Competitividade acredita que “poderá prosseguir a melhoria registada no quarto trimestre, mas limitado pela trajetória ascendente das taxas de juro e dos prémios de risco”.

Já as exportações “poderão beneficiar de um cenário global menos negativo, mas partindo de um crescimento muito moderado”. No que se refere à execução do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), o Fórum alerta para o “risco de o investimento público [estar a] ser sacrificado”.

“O Governo parece empenhado em recuperar os atrasos na execução do PRR, havendo múltiplas promessas e medidas, restando aguardar a sua concretização e efeitos concretos. Ainda assim, temos que insistir no facto de os fundos europeus estarem a substituir o investimento público, pelo que podemos vir a ter bons resultados no PRR à custa de ainda maiores atrasos no investimento público, que tem estado fora do radar da comunicação social, dos partidos da oposição e não só”, adverte.

“Por isso – acrescenta – teme-se que o resultado líquido daquela ênfase seja nulo ou pior, agravando o défice de investimento de que a economia padece há mais de uma década”.

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