Patrões do Minho defendem redução da carga fiscal sobre o trabalho
A associação está contra a Agenda do Trabalho Digno. Diz que as novas leis não dignificam o trabalho, nem envolvem compromissos por parte do Estado.
A Associação Empresarial do Minho (AEMinho) considera que a Agenda do Trabalho Digno não valoriza o trabalho, nem envolve compromissos por parte do Estado. A associação quer leis que defendam salários dignos, mediante a redução dos impostos sobre o trabalho.
“Não é mais do que um lote de medidas aleatórias que não resolvem nem definem um caminho estruturado, que garanta uma progressão efetiva em matéria de trabalho”, defende a associação, numa nota enviada às redações esta segunda-feira.
“A populista comparação com países que não partilham da nossa realidade socioeconómica, como os países nórdicos, é além de enganadora para os portuguesas, um erro dramático na formulação de leis e políticas de emprego, que irão ter um impacto extremamente negativo na relação dos trabalhadores com as empresas e vice-versa, sendo que não aportarão um acréscimo de qualidade de vida para ninguém.”
Recordando que está disponível, “desde sempre”, para dialogar com todas as entidades, no sentido de dignificar o trabalho e encontrar um caminho que sirva o interesse de trabalhadores e empresas, a AE Minho diz que não pode aceitar “medidas que apenas respondem a conjunturas políticas de quem está no poder”.
“Batemo-nos por salários dignos, numa economia pujante e em rota de crescimento, em que todos evoluam no ecossistema empresarial, a começar pelos próprios trabalhadores. Este caminho só é viável com o foco no crescimento económico, com uma responsabilidade social bem enraizada nas empresas e nos empresários, com salários que permitam às pessoas acompanharem a subida dos preços.”
Este caminho não é possível “com o Estado a levar metade do rendimento dos trabalhadores para suportar décadas de más decisões políticas que custam milhões aos portugueses”, continua. Para a organização, é essencial que Estado reduza os impostos sobre o trabalho, de forma a disponibilizar mais recursos económicos aos trabalhadores.
“Se para isso for necessário aumentar a tributação dos lucros das empresas, assumam-no e façam-no, mas nós não podemos ser competitivos a pagarmos valores elevados para os trabalhadores receberem valores reduzidos. Este não é caminho do crescimento. O endurecimento da relação laboral com medidas demagógicas não vai dignificar o trabalho, não vai criar melhores oportunidades para os jovens, apenas vai maquilhar um problema que é estrutural e de conceito, protelando a sua resolução”, conclui.
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