Fundo para a economia azul perto de “fechar” 30 milhões para fazer crescer peixe, metal e têxtil
Miguel Herédia revela ao ECO que, apesar de não estar a ser fácil levantar capitais privados, o closing de 30 milhões do fundo Growth Blue I está muito próximo. A equipa de gestão está a investir 4%.
A Growth Partners Capital já está em conversação com várias empresas do setor do pescado, da metalomecânica e do têxtil para as apoiar a crescer através do fundo Growth Blue I, que foi apresentado esta segunda-feira. E já só faltam quatro milhões de capitais privados para chegar ao objetivo definido para o primeiro closing.
“O setor do pescado tem muitas pequenas empresas que ganhariam mais se estivessem juntas”, disse ao ECO Miguel Herédia, que, em conjunto com Juan José Navarro, vai gerir este novo fundo de 28 milhões de euros que visa apoiar o crescimento e a internacionalização de PME de elevado potencial e que desenvolvam atividades na área da economia azul. O responsável dá como exemplo a área da embalagem de produtos, que poderia ser feita de modo agregado para ganhar escala e competitividade. “Embalar peixe e bacalhau é o mesmo. Se as empresas se juntassem poderiam ganhar poder de compra nos materiais e negociar as vendas com mais força”, exemplifica.
Sem revelar os nomes das empresas específicas com as quais está a negociar, invocando “contratos de confidencialidade”, Miguel Herédia defende que “há oportunidades” ao nível das conservas, uma área que conhece bem, e que descreve como “muito interessante” porque “o mesmo produto com um marketing diferente pode atingir valores muito superiores”. “Os estrangeiros até levam latas de conserva como presentes”, sublinha.
A Growth Partners Capital está também a “olhar para algumas empresas” no setor do bacalhau. Apesar de haver muitas desta área que estão altamente endividadas, o que as exclui automaticamente de serem escolhidas para o portefólio do Growth Blue I.
Em análise está igualmente uma empresa do setor da metalomecânica que constrói turbinas eólicas, outra de reboque de navios e ainda uma empresa têxtil, cuja tecnologia permite reduzir o consumo de água e garantir que a água utilizada sai limpa após um processo de reciclagem.
Miguel Herédia revelou ao ECO que, apesar de não estar a ser fácil levantar capitais privados, o closing de 30 milhões está muito próximo. A equipa de gestão está a investir 4% e, neste momento, já só faltam cerca de quatro milhões para cumprir o objetivo definido, revela. “No evento de apresentação fechámos um”, conta, revelando que são todos investidores individuais. Embora estejam prestes a fechar com uma fundação, acrescentou.
O Growth Blue I tem um fundo público alocado de 28 milhões de euros, dos quais 14 milhões serão provenientes do Fundo Azul, e está na fase de levantamento de capital privado para atingir os 50 milhões de euros. A ideia é investir em oito a 12 empresas com bilhetes de capital ou quase-capital na faixa de 1,5 a 3,5 milhões de euros.
Miguel Herédia explicou que as dificuldades de captação de capital se prendem com o facto de ser um fundo a atuar ao nível da economia azul, concentrado preferencialmente em Portugal (mais de 85%). Houve mesmo dois potenciais investidores que rejeitaram participar por essas razões. O responsável da Growth Partners Capital lamenta que o conceito da economia azul esteja mais focado em fundos de impacto, quando o objetivo do Growth Blue I é garantir “retornos de private equity normais”, uma taxa de retorno superior a 25%.
Assine o ECO Premium
No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.
De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.
Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.
Comentários ({{ total }})
Fundo para a economia azul perto de “fechar” 30 milhões para fazer crescer peixe, metal e têxtil
{{ noCommentsLabel }}