Armindo Monteiro eleito presidente da CIP com 87% dos votos

Armindo Monteiro ascende à liderança da maior organização patronal portuguesa, substituindo António Saraiva. Patrões prometem contribuir com "sugestões, abertura negocial e vigilância democrática".

Armindo Monteiro foi eleito esta quinta-feira como novo presidente da CIP – Confederação Empresarial de Portugal com 87% dos votos. O acionista e presidente do Grupo Levon, que ocupava há mais de uma década uma das vice-presidências, vai substituir António Saraiva na liderança da mais representativa estrutura patronal do país.

A votação, que decorreu na sede desta organização empresarial, em Lisboa, e teve “a maior participação de sempre”, confirmou ainda a escolha de António Saraiva, que esteve 13 anos aos comandos da CIP, como presidente da Assembleia Geral. A tomada de posse dos novos órgãos sociais para o próximo mandato, que se estende até 2026, está agendada para 12 de abril.

“Quero agradecer a participação massiva das associações que compõe a CIP e nos dão mais força. Tenho perfeita noção da enorme responsabilidade que nos é confiada pelo movimento associativo que, como se vê, deu nova prova de vitalidade e capacidade mobilizadora. Vamos estar à altura das circunstâncias exigentes que enfrentamos”, salienta Armindo Monteiro.

O país não pode perder mais tempo em discussões ideológicas estéreis afastadas dos problemas reais das pessoas e das empresas. Não há tempo a perder. As empresas farão a sua parte, compete ao poder político eleito fazer a sua. A CIP contribuirá com sugestões, abertura negocial e vigilância democrática.

Armindo Monteiro

Novo presidente da CIP

O novo líder da CIP destaca ainda que o país “tem de estar focado nos desafios” e “não pode perder mais tempo em discussões ideológicas estéreis afastadas dos problemas reais das pessoas e das empresas”. “Não há tempo a perder. As empresas farão a sua parte, compete ao poder político eleito fazer a sua. A CIP contribuirá com sugestões, abertura negocial e vigilância democrática”, alerta.

Em comunicado, a CIP sublinha que esta eleição é “uma mensagem clara ao Governo”: depois da assinatura de um acordo de concertação social, no outono do ano passado, classificado como “o princípio de um caminho” por António Costa, primeiro-ministro, “as políticas públicas que estão a ser concretizadas não só ficam aquém das necessidades do país, como provocam um atrito contraproducente, expondo as empresas e os trabalhadores a um risco económico desnecessário”.

 

Nascido em Paris a 18 de julho de 1967, o empreendedor “vermelho” que promete engrossar a voz dos patrões portugueses concorreu à liderança da CIP com um programa eleitoral que tinha como título “A força da economia é a força de Portugal”. Licenciado em Gestão de Empresas pela Universidade de Évora, Armindo Monteiro é casado, tem duas filhas e na lista das paixões conhecidas constam a música, a prática de mergulho e o SL Benfica.

O gestor de empresas que fundou a tecnológica Softline em 1994 e liderou a Associação Nacional de Jovens Empresários (ANJE) entre 2010 e 2013, ficou também conhecido pelo percurso à frente da Compta, considerada a primeira tecnológica portuguesa, que vendeu ao grupo Future em 2020, após mais de uma década como principal acionista e presidente executivo. Atualmente é dono e CEO do Grupo Levon, que tem sede em Lisboa e empresas em Angola, Namíbia, Bolívia e Colômbia, desenvolvendo atividade nas áreas da construção civil e obras públicas, infraestruturas, ambiente, logística, tecnologias de informação e gestão imobiliária.

No programa eleitoral à presidência da CIP, o novo “patrão dos patrões” traçou quatro prioridades: estimular o aumento da produtividade para uma nova ambição no crescimento, defender um Estado eficiente ao serviço do desenvolvimento económico e social; reforçar e federar o movimento associativo; e ter uma organização ágil, aberta e eficaz.

Novos associados após alteração de estatutos

Fundada em 1974, sediada em Lisboa e delegações no Porto e em Bruxelas, a CIP representa, através da sua rede associativa, mais de 150 mil empresas, que empregam 1,8 milhões de trabalhadores e que são responsáveis por um volume total de negócios que representa 71% do PIB nacional.

Após uma alteração dos estatutos para permitir empresas com uma faturação superior a 30 milhões de euros, entraram mais de 20 novos associados para os órgãos sociais, com o objetivo de receber mais contributos ativos e fortalecer o movimento associativo. Entre as estreias destacam-se referências como a Jerónimo Martins, Cimpor, Impresa, Mota-Engil, Bosch, Siemens ou Valouro, havendo também um reforço da presença da banca, com a entrada do Montepio e do Santander.

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