WTW Portugal aconselha abordagem estratégica
A WTW alerta para os impactos da inflação no mercado segurador, que já começou a sentir o aumento dos custos das indemnizações.
O mercado segurador “já começou a sentir o aumento dos custos das indemnizações“, aponta Jorge Tobias, Associate Director Risk & Broking da WTW Portugal.
![](https://ecoonline.s3.amazonaws.com/uploads/2023/04/cropped-jorge-tobias_associate-director_risk-broking-da-wtw-portugal3722.jpg)
Jorge Tobias considera que existem dois tipos de impacto para o mercado segurador.
“Por um lado, impactos de sinal negativo no balanço das seguradoras, a curto e médio prazo, como o aumento dos custos das indemnizações, experienciado pelo mercado segurador nacional em 2022, influenciado pelas faturas de energia, alimentação, salários, matéria-prima, entre outros”. Em comunicado, a empresa descreve que “são exemplo destes os gastos médicos no caso dos seguros de saúde, acidentes pessoais ou de trabalho; custos de materiais, peças e componentes bem como períodos mais longos de fornecimento e que afetam, sobretudo, apólices de património, automóvel e responsabilidades”.
O especialista indica que “a deterioração do contexto económico propicia a frequência de sinistros em alguns ramos, como os seguros de crédito, riscos políticos e D&O, na medida em que um contexto mais adverso pode provocar insolvências, desemprego e diminuição de rendimentos”.
“Embora ainda não seja algo materializado, pode constituir uma ameaça do ponto de vista da sinistralidade”, alerta Jorge Tobias.
Por outro lado, “existem os impactos de sinal positivo, visto que as seguradoras vão ter de reagir para que a inflação não deteriore os seus rácios e reduza a sua rentabilidade”.
“A postura normal de mercado é que as seguradoras vão procurar, e já o fizeram em 2022, assumir uma política de maior rigor na subscrição de riscos e ajustar modelos de pricing”, salienta Jorge Tobias, referindo que isto pode passar pelo aumento de prémios e por um maior escrutínio na subscrição de risco que pode implicar maior partilha de risco com clientes ou ser mais exigente numa gestão de riscos proativa.
Outro sinal positivo “é a melhoria da rentabilidade financeira por via do aumento das taxas de juro, sendo que este impacto dependerá da composição do portfólio de investimentos e será sentido apenas a médio prazo”, indica o profissional.
Face ao atual contexto, e tendo em conta que o mercado segurador será cada vez mais criterioso na escolha e seleção de risco, a WTW aconselha as organizações e os clientes a adotarem uma abordagem estratégica na gestão do risco.
Segundo a WTW Portugal, “as organizações devem recalibrar os capitais seguros e os períodos temporais, rever os sublimites e limites de indemnização e alinhar o investimento em mitigação e a transferência de risco com os seus objetivos específicos de sustentabilidade e criação de valor”. Para tal, é necessário “um trabalho mais criterioso de identificação de riscos e grau de tolerância interna, quantificar e gerir os riscos e otimizar a transferência de risco para o mercado segurador”, diz a empresa em comunicado.
“A WTW pode ajudar a quantificar riscos e a desafiar as estratégias de transferência de risco através de ferramentas que procuram equilibrar o nível de informação para o mercado segurador”, salienta Jorge Tobias.
“Alguns clientes já se terão confrontado com uma contratação da transferência de riscos mais desafiante nas renovações de início do ano, com a introdução de limites de indemnização, aumentos de franquias ou a necessidade de co-seguros. Como tal, é importante que os clientes, à semelhança das seguradoras, também saibam e tenham a capacidade de verificar, de acordo com o seu portfólio de risco, se podem avaliar estratégias de risco diferentes, que mitiguem o custo de transferência e que sobretudo os ajude a tomar decisões“.
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