Montenegro avisa que “PSD e seu líder não estão no bolso de ninguém”
"Se o Presidente da República fizer uma avaliação diferente e suscitar um momento eleitoral antes de 2026", Montenegro diz que PSD está já "hoje para tudo o que for necessário".
O presidente do PSD avisou esta quarta-feira que o partido e ele próprio não estão “no bolso de ninguém” e assegurou estar pronto para governar “quando e se” o Presidente da República decidir suscitar eleições antecipadas.
Em declarações aos jornalistas à entrada para a sessão de posse dos órgãos sociais da CIP, em Lisboa, Luís Montenegro não respondeu diretamente nem às declarações de Marcelo Rebelo de Sousa, que na segunda-feira considerou ainda não existir uma alternativa ao Governo, nem ao líder do Chega, que desafiou o PSD a apresentar uma moção de censura, repetindo apenas três mensagens.
“Em primeiro lugar, o PSD é oposição ao PS e ao Governo e só. Em segundo, o PSD e o seu líder não estão no bolso de ninguém, têm total independência na sua ação política e, em terceiro, o PSD assegura ao país, aos portugueses e ao Presidente da República que é alternativa ao Governo do PS e que estamos prontos para assumir todas as consequências de ser alternativa quando for oportuno”, afirmou.
O líder do PSD recordou que, em princípio, as legislativas serão apenas em 2026, mas assegurou que, “se o Presidente da República fizer uma avaliação diferente e suscitar um momento eleitoral antes de 2026” o partido e ele próprio estão prontos já “hoje para tudo o que for necessário”.
Na segunda-feira, em declarações aos jornalistas, Marcelo Rebelo de Sousa afirmou que “do mesmo modo que a oposição não pode dar por garantido que o Presidente empurrado, empurrado, empurrado há de um dia dar a dissolução – é melhor não dar isso como garantido, Presidente não é refém da oposição –, mas também o Governo também não pode por garantido que porque tem maioria absoluta isso é o seguro de vida para não haver dissolução”.
“O Presidente não está nem no bolso da oposição nem no bolso do Governo. Está no bolso dele, e é livre e independente”, disse então o chefe de Estado.
Luís Montenegro considerou ainda que as primeiras audições na comissão de inquérito à TAP demonstraram que “o país não está em boas mãos com este PS e com este Governo”. O presidente do PSD classificou como “uma vergonha” as revelações das primeiras semanas da comissão, sem nunca responder à pergunta se o PSD pretende apresentar uma moção de censura, depois de ter sido desafiado pelo Chega a fazê-lo.
“Até ao momento a comissão de inquérito tem sido muito importante, porque tem sido revelador do que é uma característica comum do exercício do Governo do PS: ligeireza na ação, nos procedimentos, informalidade, imaturidade, um exemplo de tudo o que não se deve fazer na gestão pública, seja ao nível das empresas, seja ao nível da governação”, acusou.
Luís Montenegro salvaguardou que a comissão irá “prosseguir os seus trabalhos e produzir as suas conclusões”, mas considerou que o que se passou até agora já permite um comentário. “É uma vergonha tudo o que tem estado presente nas audições: todo o envolvimento, quer do ponto de vista institucional, quer do ponto de vista procedimental, a forma como membros do Governo interferem, têm ingerência direta na gestão da empresa, a forma escandalosa como simulam pedidos de esclarecimentos e depois redigem os próprios esclarecimentos que a empresa dá ao país”, criticou.
“Têm sido múltiplos os exemplos de como o país não está em boas mãos com este PS e este Governo”, concluiu.
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