Costa fala em “convergência” com Marcelo no futuro sem “dramatismo”

  • Ana Petronilho
  • 5 Maio 2023

Para o futuro, o primeiro-ministro fala em "convergência" com Marcelo. Costa voltou a defender Galamba ao lembrar que os ministros medem-se "pelos resultados".

O primeiro-ministro desvalorizou a “divergência de fundo” com o Presidente da República lembrando que ao longo de sete anos e dois meses houve uma “convergência” e que este foi “um momento” de “divergência rara” que é “normal acontecer entre instituições”.

“Todos os portugueses confiam e desejam a vigilância ativa do Presidente da República e o Governo não é exceção e não se sente nada incomodado”, disse ainda Costa, frisando que tem uma relação de muitos anos com Marcelo Rebelo de Sousa, garantindo que existe “de futuro”, da parte do Governo, uma “total convergência para estabilidade”, num contexto de guerra e da subida das taxas de juro.

O primeiro-ministro assumiu que a “divergência” com o chefe de Estado “quanto à responsabilidade de um conjunto de eventos deploráveis”, mas sublinhou que em sete anos e dois meses de relacionamento este episódio “foi uma exceção” numa relação “que tem sido marcada pela capacidade de acertar agulhas”, frisa António Costa. “Não se justifica”, por isso, “dramatizarmos” se “houve um momento em que as agulhas não ficaram acertadas”.

Em declarações aos jornalistas, após a cerimónia de entrega do Prémio Camões 2021 à escritora Paulina Chiziane, no antigo Picadeiro Real – Museu Nacional dos Coches, em Lisboa, esta é a primeira reação do primeiro-ministro à comunicação do Presidente da República, que ontem se dirigiu ao país para anunciar que apesar da “divergência de fundo” com o Governo, afastava, para já, eleições antecipadas seguindo de “estabilidade institucional”.

Questionado sobre as condições do ministro das Infraestruturas para se manter em funções, António Costa defende que “as condições para cada um exercer funções começam logo pelos resultados”. O primeiro-ministro lembrou que ontem [quinta-feira], João Galamba, “moderou o acordo que pôs termo a uma greve da CP, que prejudicava a vida do dia a dia dos portugueses e a atividade do país”. Para António Costa esta “excelente notícia” é uma “demonstração” que o ministro das Infraestruturas “está a mostrar resultados”, tendo, por isso, condições para se manter no cargo.

Esta quinta-feira Marcelo Rebelo de Sousa enviou duros recados ao Executivo e arrasou com o ministro das Infraestruturas, João Galamba, reiterando que devia ter sido demitido.

Marcelo avisou António Costa que “a confiança uma vez perdida é irreversível” e que o Governo “tem de ser responsável” porque “onde não há responsabilidade, não há autoridade, não há respeito nem credibilidade”. Até porque, continua, “a responsabilidade política é essencial para que os portugueses acreditem nos que governam” e “é mais do que pedir desculpa” porque “não se apaga dizendo que já passou. Não passou. Reaparece todos os dias, todos os meses e todos os anos”.

Apesar da melhoria dos números na economia do país, o Presidente da República alerta que os portugueses “precisam de mais e melhor” e é necessário um “apoio político mais eficaz” para as famílias e empresas. Avança, por isso, que de futuro vai estar “ainda mais atento e interveniente no dia a dia, sinalizando de modo mais intenso tudo aquilo que possa afastar os portugueses da responsabilidade daqueles que governam”.

 

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