BPI aumenta lucros em 75% para 85 milhões no primeiro trimestre
Margem financeira alavancou resultados do BPI. Banco viu sair 1,3 mil milhões de euros em depósitos, com grande parte a fugir para os Certificados de Aforro.
O BPI registou lucros de 85 milhões de euros no primeiro trimestre do ano, uma subida de 75% em relação ao mesmo período do ano passado, à boleia da subida dos juros. O banco viu sair 1,3 mil milhões em depósitos, com uma parte a fugir para dívida pública.
A alavancar os resultados do banco dos espanhóis do CaixaBank esteve a subida das taxas de juro, que levou a margem financeira — diferença entre os juros cobrados nos empréstimos e os juros pagos nos depósitos — a a disparar 80% para 208,1 milhões.
“São resultados bons quantitativamente e qualitativamente, em linha com o expectável. O BPI está preparado para todos os desafios no apoio às famílias e e empresas e com capacidade para continuar a investir”, disse o CEO na apresentação dos resultados que teve lugar no novo espaço do banco em Lisboa, o All in One.
A operação em Portugal lucrou 73 milhões de euros, aumentado 164% face há um ano. O angolano BFA deu um contributo de apenas um milhão de euros, abaixo dos 14 milhões do primeiro trimestre de 2022. A razão: “Ainda não foram registados dividendos”. Em Moçambique, o BCI teve resultados líquidos de 11 milhões
Mais de 50% do novo crédito tem taxa fixa
A carteira de crédito aumentou 4% para 29,2 mil milhões de euros, mas a nova contratação está a abrandar, sinalizou João Pedro Oliveira e Costa. Por exemplo, as novas operações no crédito à habitação caiu 20%.
“Ajuste do mercado é perfeitamente expectável”, explicou o responsável máximo do BPI. Além do aumento das taxas de juro também “há escassez de produto”, frisou.
Oliveira e Costa revelou ainda que o atual ciclo de subida dos juros está a aumentar a procura por crédito com taxa fixa. “Mais de metade da nova contratação tem taxa fixa”, revelou o líder do BPI. Antes correspondia a cerca de 30%.
Saem 1,3 mil milhões em depósitos
Por outro lado, o banco viu sair 1,3 mil milhões em depósitos entre janeiro e março — uma tendência que todo o setor tem vindo a registar no início do ano. “Esta redução foi 50% nas empresas e 50% dos particulares”, adiantou Oliveira e Costa. Nas empresas, explica-se com aplicações de curto prazo que se venceram no primeiro trimestre. “No caso dos particulares, um terço explica-se com aplicações noutros produtos do banco e outra parte saiu para os Certificados de Aforro“, referiu o CEO.
Com a margem a disparar, o produto bancário somou 35% para 275,7 milhões de euros — também ajudou a subida de 3% das receitas com comissões para 73 milhões, enquanto os resultados com operações financeiras caíram 80% para apenas 4,8 milhões.
Malparado cai
Quanto à qualidade da carteira, o BPI ainda não regista sinais de deterioração por conta do aperto financeiro. O rácio NPE (exposições não produtivas) manteve-se nos 1,6%, totalizando os 590 milhões de euros. O rácio de crédito duvidoso caiu para 1,9% para 594 milhões de euros, com a cobertura por imparidades e colaterais a ascender a 154%.
(Notícia atualizada às 13h32)
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